— Seria crueldade deixar, naquela região deserta e agreste, entre as ruínas
do incêndio, o pequenino que a fatalidade privara de amparo e proteção.
Outra dúvida: a qual deles deveria caber a bolsa das joias? Quem levaria o
belo camelo de boa raça, sem dono, ali abandonado? Para evitar brigas e
desavenças, resolveram tirar a sorte. Um dos beduínos trazia consigo dois
dados. A sorte foi entregue aos azares do jogo. Aquele que tirasse, nos dados,
o número maior seria o primeiro a escolher. E o vencedor teria de definir
sua preferência por uma das três coisas: ou a bolsa, ou o menino, ou o
camelo!
— Que idade tinha o garotinho?
— Quatro anos, talvez. E chorava, aflito, sem parar...
— Pobrezinho!...
Com os óculos de ouro a rebrilhar, o professor Bechalani, caminhando
de um lado para o outro, absorvia a atenção do numeroso auditório. Os seus
ensinamentos eram firmes e seguros como se fossem esculpidos no bronze.
Prendia-nos, mais do que tudo, o entusiasmo que soava em sua voz: