— E você? Você também viu, imagino.
Gabriel não disse nada. Madeline massageava o dorso da mão, que
agora estava quase em carne viva, como se tentasse se punir. Gabriel queria
fazê-la parar, mas não conseguia — não com as mãos atadas atrás das costas.
— Não tive escolha. Fui obrigada a fazer aquele vídeo — alegou ela,
por fim.
— Eu sei.
— Eles disseram que me matariam.
— Eu sei.
— Tentei mentir. Você precisa acreditar em mim. Tentei dizer que
não havia nada entre mim e Jonathan, mas eles sabiam de tudo. Datas,
horas, lugares... Tudo!
Ela o encarou, intrigada.
— Você não é inglês.
— Desculpe — disse Gabriel.
— Você é policial?
— Sou um amigo do primeiro-ministro.
— Então você é um espião.
— Algo do gênero.
Madeline sorriu brevemente. Seu sorriso já fora belo, mas agora havia
algo de louco. Ela ficaria bem de novo, pensou Gabriel, mas demoraria um
tempo.
— Por favor, pare, Madeline.
— Parar com quê?
— Suas mãos.
Ela baixou os olhos para fitá-las: estavam sangrando.
— Desculpe. — Sua voz trazia um tom submisso. Ela cerrou os
punhos com força, até que os nós dos dedos ficassem brancos. — Por que
fizeram isso comigo?
— Dinheiro.
— Estão chantageando Jonathan?
Ele aquiesceu.
— Quanto?
— Isso não importa.
— Quanto?
— Dez milhões.
— Meu Deus — murmurou ela. — E ele concordou em pagar?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1