e sem ameaçar a segurança nacional britânica, e se comprometia a repassar
qualquer de inteligência decidiria sozinho como usá-la.
O pacto foi selado com um aperto de mãos e Graham partiu, seguido
pelos guarda-costas.
Gabriel permaneceu na charneca por mais dez minutos antes de
voltar para a avenida principal de Hampstead e buscar Keller. Juntos,
pegaram o metrô para Kensington e andaram até a embaixada israelense.
No posto do Escritório, havia apenas um funcionário de baixo escalão, que se
sobressaltou quando a lenda entrou pela porta sem aviso prévio.
Gabriel deixou Keller na antessala e encaminhou-se para a câmara
de comunicações seguras, que os veteranos do Escritório — como ele —
chamavam de Santo dos Santos. O número da casa de Shamron em
Tiberíades ainda estava no diretório de contatos de emergência. Ele atendeu
após o primeiro toque, como se estivesse esperando ao lado do telefone.
Embora a ligação fosse criptografada, os dois conversaram no conciso patoá
do Escritório, uma língua que nenhum tradutor ou supercomputador jamais
poderia decifrar. Gabriel explicou rapidamente o que havia descoberto, o
que planejava fazer em seguida e do que precisava para prosseguir. Prover
os recursos para uma operação como aquela não era responsabilidade de
Shamron. Ele também não tinha autorização oficial para aprová-la. Apenas
Uzi Navot poderia dar inicio a uma empreitada desse tipo — e só após obter
a bênção do próprio primeiro-ministro.
E assim estava sendo preparado o terreno para uma disputa que
entraria para os anais como uma das piores já vistas na rica história do
Escritório. Começou às 22hl8 no horário de Israel, quando Shamron ligou
para a casa de Navot dizendo que Gabriel pretendia guerrear contra a KGB
Óleo e Gás e que aprovava a operação. Navot deixou claro que tal iniciativa
não estava prevista. Não para um futuro próximo. Nem para nunca.
Shamron desligou sem dizer mais nada e telefonou para o primeiro-ministro
israelense antes que Navot o fizesse.
— Por que entrar em guerra com o presidente russo? — perguntou o
primeiro-ministro. — Afinal, é só petróleo.
— Não é só petróleo, pelo menos não para Gabriel. Além disso, você
quer ou não quer que ele seja o próximo diretor do Escritório?
— Você sabe que sim, Ari.
— Então deixe-o acertar uma antiga conta com os russos, e você o
terá.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1