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MAYFAIR, LONDRES
Os escritórios da VOI ocupavam quatro andares de um edifício de
escritórios de luxo em Mayfair, não muito longe da embaixada americana.
Quando Nicholas Avedon lá chegou na manhã seguinte, logo cedo, todos os
altos funcionários da empresa esperavam na sala de conferências principal
para recebê-lo. Orlov fez alguns comentários breves, seguidos por uma série
de apresentações apressadas, todas desnecessárias, já que Mikhail havia
memorizado os nomes e rostos de todos durante sua preparação em Surrey.
Se esperavam que ele fosse entrar aos poucos no trabalho, estavam
totalmente enganados. Uma hora após estabelecer-se em seu escritório com
vista para a Hanover Square, começou a revisar de cima a baixo os
investimentos lucrativos da VOI na área de energia, muito embora já
houvesse feito a mesma análise na casa segura, e suas “descobertas
inspiradas” houvessem sido escritas para ele por Viktor Orlov. O relatório foi
um sinal para o resto dos funcionários de que Nicholas Avedon não estava
ali para brincadeiras. Ele havia sido trazido para a VOI com uma finalidade.
E pobre do tolo que tentasse cruzar seu caminho.
Seus dias rapidamente entraram em uma rotina rígida. Ele chegava
cedo à sua mesa, já tendo lido os jornais financeiros matutinos e checado os
mercados asiáticos, passava uma ou duas horas trabalhando em planilhas e
gráficos antes de participar da reunião matinal com o alto escalão, que
sempre ocorria no espaçoso escritório de Orlov. Ele costumava se manter em
silêncio em reuniões numerosas, mas quando decidia falar, seus comentários
estabeleciam um novo padrão de brevidade. Na maior parte dos dias,
almoçava sozinho. Depois, voltava a trabalhar em sua mesa até as sete ou
oito, quando retornava ao amplo apartamento em Maida Vale, alugado para
ele por Gabriel. O Departamento de Acomodações alugara um outro menor
no prédio do outro lado da rua. Enquanto Mikhail estava em casa, um
membro da equipe o vigiava. Durante seu expediente, uma câmera de
vídeo de alta resolução, de transmissão segura, mantinha-o sob vigilância.
Descobriram que a Volgatek também o observava. Gabriel e a equipe
sabiam disso porque a Unit 1400 enfim conseguira penetrar na rede de
computadores da empresa russa e agora liam os e-mails dos altos executivos
quase em tempo real. O nome de Nicholas Avedon aparecia com destaque
em vários deles — inclusive em um enviado por Gennady Lazarev a Pavel