— Eu sei. E suspeito que Uzi também saiba. Mas isso não vai facilitar
as coisas quando o primeiro-ministro disser que ele não terá um segundo
mandato.
Mikhail ergueu a taça contra a luz e observou as bolhas do
champanhe subirem até a superfície.
— No que você está pensando? — indagou Gabriel.
— Em quando estávamos em Zurique, naquele pequeno café perto
da Parade-platz. Nós estávamos tentando tirar Chiara de Ivan. Você se
lembra desse lugar? Você se lembra do que me disse naquela tarde?
— Acredito que eu tenha lhe dito para casar com Sarah Bancroft e
deixar o Escritório.
— Você tem uma boa memória.
— Aonde você quer chegar?
— Estava apenas imaginando se você ainda acha que eu deveria
deixar o Escritório.
Gabriel hesitou antes de responder:
— Eu não faria isso se fosse você.
— Por que não?
— Porque, se eu me tornar diretor, você tem um futuro brilhante à
frente, Mikhail. Muito brilhante.
Mikhail passou a mão pela cabeça.
— Preciso raspar.
— Precisa, mesmo.
— Tem certeza de que não vai beber um pouco de champanhe?
— Me dá dor de cabeça.
— Também me dá — repetiu Mikhail, servindo-se.
Antes de sair da suíte, Gabriel instalou um software do Escritório no
celular de Mikhail, que o transformava em um transmissor contínuo e
encaminhava todas as chamadas, e-mails e mensagens em tempo real para
os computadores da equipe. Então, desceu para o saguão e ficou alguns
minutos buscando rostos familiares na multidão de bem lubrificados homens
do petróleo.
Do lado de fora, a tempestade vespertina havia cessado, mas alguns
flocos grandes caíam preguiçosamente sob as luzes dos postes. Gabriel se
dirigiu para o oeste da cidade por uma sinuosa rua de lojas conhecida como
Stroget até alcançar a Rádhuspladsen. Os sinos da torre do relógio soavam
seis horas. Ele se sentiu tentado a aparecer no Hotel Imperial, situado a
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1