verdadeiro. Tenho certeza de que a presença do brilhante e escrupuloso
Powell ao lado de Lancaster teria prevenido todo o caso sórdido retratado
em A garota inglesa.
O aumento da espionagem por parte do serviço de inteligência russo
contra alvos ocidentais tem sido bem documentado. Oleg Gordievsky,
desertor da KGB, disse ao The Guardian recentemente que o tamanho da
rezidentura do SVR em Londres chegou ao nível da Guerra Fria. Gordievsky
tem credibilidade para fazer essa declaração porque trabalhou para a KGB
em Londres entre 1982 e 1985. Além disso, o MI5 chegou à mesma
conclusão, então ele não está sozinho em sua avaliação. “É muito frustrante
ainda ter que empregar um montante significativo de equipamento,
dinheiro e pessoal para combater essa ameaça. São recursos que eu com
certeza preferiria empregar para combater ameaças de terrorismo
internacional”, disse o diretor-geral do MI5, Jonathan Evans.
Embora Londres ainda seja um eixo importante de atividade da
inteligência russa, os Estados Unidos permanecem como o foco principal do
Centro Moscovita. O FBI forneceu provas extensas desse fato em junho de
2010, quando prendeu dez espiões russos que viviam no país sob disfarces
não oficiais e ilegais havia muitos anos. Receosa de comprometer o tão
anunciado “recomeço” nas relações com o Kremlin, a administração de
Obama logo decidiu enviar os espiões à Rússia como parte de uma troca de
prisioneiros — a maior já realizada entre os dois países desde a Guerra Fria.
Entre os espiões, a mais conhecida era Anna Chapman, uma belíssima
femme fatale que viveu em Londres muitos anos antes de se mudar para
Nova York, trabalhando como agente imobiliária e acompanhante de festas.
Desde que retornou à Rússia, Chapman apresentou um programa de TV,
escreveu uma coluna no jornal e posou para a capa de uma revista de
lingerie francesa. Ela também foi indicada para o conselho orientador da
Guarda Jovem do partido Rússia Unida, uma organização pró-Kremlin
afiliada ao partido que governa o país. Os críticos da Guarda Jovem
frequentemente se referem à organização, em tons sombrios, como
“Juventude Putinista”.
A maior parte da espionagem russa contra os Estados Unidos é de
natureza industrial e econômica. As razões são dolorosamente óbvias: quase
um quarto de século após o colapso da União Soviética, a Rússia continua
sendo um país praticamente incapaz de se manter sozinho, bastante
dependente de matérias-primas e, claro, de petróleo e gás. O presidente
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1