Klemp, sentou à penteadeira de Chiara e abriu sua caixa de joias. Um item
pareceu estranhamente fora de lugar: um coral-vermelho em forma de mão,
preso a uma tira de couro. Ele o pegou e o colocou no bolso. Então, por
razões que ele mesmo não saberia explicar, pendurou o artefato no pescoço e
o escondeu sob o casaco de Herr Klemp.
Diante da casa, um sedã do Escritório estava parado com o motor
ligado. Gabriel jogou a bolsa no banco de trás e entrou. Em seguida,
consultou o relógio, não para ver as horas, mas a data: 27 de setembro. Já
tinha sido seu dia favorito do ano.
— Qual o seu nome? — perguntou ao motorista.
— Lior.
— De onde você é, Lior?
— Berseba.
— Era um bom lugar para uma criança?
— Existem lugares piores.
— Quantos anos você tem?
— Vinte e cinco.
Vinte e cinco, pensou Gabriel. Por que tinha que ser aquela idade?
Olhou de novo para o relógio. Não para a hora; para a data.
— Quais foram suas instruções?
— Disseram-me para levá-lo ao Ben Gurion — respondeu Lior.
— Mais alguma coisa?
— Falaram que talvez você quisesse fazer uma parada no caminho.
— Quem falou isso? Uzi?
— Não. Foi o Velho.
Então ele lembrava, pensou Gabriel. Olhou de novo para o relógio. A
data...
— Como devo proceder? — perguntou o motorista.
— Leve-me ao aeroporto.
— Nenhuma parada?
— Só uma.
Lior engrenou a marcha e se afastou suavemente da calçada, como
se estivesse se juntando a um cortejo fúnebre. Não se deu o trabalho de
perguntar para onde estavam indo. Era 27 de setembro. E Shamron se
lembrava.
Eles foram até o jardim de Getsêmani e seguiram o caminho estreito
e sinuoso que subia a encosta do monte das Oliveiras. Gabriel entrou no
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1