Charles de Gaulle.
O barulho dos carros passando pela rotatória movimentada era
irritante depois da quietude do Quartier Ancien. Brossard poderia deixar
Aix por outra rota, mas Gabriel duvidava. A praça Charles de Gaulle era o
mais próximo que um carro podia chegar do Le Provence. Tudo aconteceria
rapidamente, pensou Gabriel, e se eles não estivessem preparados, iriam
perdê-lo. Olhou para a Cours Mirabeau e para as folhas dos plátanos
tremulando à brisa tênue, e calculou o número de agentes e veículos que
seria necessário para fazer o trabalho da forma correta. No mínimo doze,
com quatro veículos, para evitar serem detectados durante a perseguição
até a propriedade isolada onde a garota era mantida presa. Balançando a
cabeça devagar, andou até uma cafeteria nos limites da rotatória onde
Keller estava sentado, tomando café sozinho.
— E aí? — perguntou o Inglês.
— Vamos precisar de uma moto.
— Onde está o dinheiro que você pegou de Lacroix antes de eu
matá-lo? Franzindo a testa, Gabriel bateu de leve na cintura. Keller deixou
alguns euros na mesa e se levantou.
Havia uma concessionária ali perto, na Boulevard de la République.
Depois de passar alguns minutos examinando uma lista, Gabriel escolheu
uma scooter Peugeot Satelis 500; Keller pagou com dinheiro vivo e registrou-
a no nome de uma de suas identidades falsas em território corso. Enquanto o
vendedor providenciava a papelada, Gabriel atravessou a rua e entrou
numa loja de roupas masculinas, onde comprou uma jaqueta de couro, uma
calça jeans preta e botas de couro. Ele se trocou num dos vestiários e colocou
as roupas antigas no compartimento de armazenamento da scooter. Em
seguida, depois de colocar um capacete preto, montou nela e seguiu Keller
pela avenida até a praça Charles de Gaulle.
Já eram quase cinco horas da tarde. Gabriel deixou a scooter no
começo da Rue Espariat e, com o capacete debaixo do braço, subiu a rua
estreita até a pequena praça da coluna romana. Os dois velhos ainda não
tinham saído da mesa no Le Provence. Gabriel entrou no pub irlandês do
outro lado da rua e pediu uma lager para a garçonete, perguntando-se por
um instante por que alguém frequentaria um local como aquele no sul da
França. Seu raciocínio foi interrompido pela visão de um homem muito
musculoso descendo a rua nas sombras, com uma maleta de metal na mão
direita. O estranho entrou no Le Provence e saiu um momento depois com
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1