A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

nos uma cópia da fotografia por fax seguro.
─ Colin Yardley?
─ Em carne e osso.
─ A chefia confrontou-o. Exigiram saber por que raio se tinha encontrado
com um tipo como o Khalifa. O Yardley inventou uma treta qualquer sobre estar
aborrecido com o trabalho de secretária, e andar ansioso por voltar ao trabalho de
campo. Trabalhou em Paris durante algum tempo. Disse que andava por conta
própria. A chefia não ficou nada satisfeita, e isto é um eufemismo. Yardley foi
repreendido com veemência.
─ Cristo.
─ Pois adivinha lá qual é a arma que o Farouk Khalifa tem em grande
abundância. ─ Segundo as nossas informações, são mísseis Stinger. ─ Michael
bebeu um pouco de vinho. -─ Imagino que os teus serviços não tenham
transmitido essas informações aos meus. Graham abanou a cabeça.
─ Ficamos um pouco embaraçados com o assunto. Compreende, não,
Michael? A chefia queria esquecer o caso, por isso desapareceram com ele.
Helen surgiu no alto das escadas.
─ O jantar está pronto.
─ Que maravilha ─ proclamou Graham, com um pouco de entusiasmo a
mais. ─ Bem, imagino que o vídeo tenha de esperar.
Helen Seymour fazia pratos elaborados, mas terríveis. Acreditava
que "cozinha inglesa" era um oximoro, e especializara-se na comida do
Mediterrâneo: italiana, grega, espanhola, norte-africana. Naquela noite serviu uma
paella horrorosa de peixe cru e camarão queimado, tão picante que Michael sentiu
a garganta seca, à medida que empurrava garfada após garfada para a boca.
Terminou corajosamente e Helen insistiu em que repetisse. Graham reprimiu uma
gargalhada enquanto a esposa servia duas colheradas enormes no prato estendido
de Michael.
─ Está divino, não está? ─ ronronou Helen. ─ Acho que também vou me
servir de mais um pouco.
─ Você se excedeu mais uma vez, querida ─ elogiou Graham.
Havia muito que aprendera a lidar com a comida exótica da mulher.
Comprava sanduíches e hambúrgueres quando saía do trabalho e devorava-os ao
descer para o metrô. Há três anos exibia uma súbita devoção por pão. Helen fazia
variedades novas e diferentes todas as noites, que Graham comia em grandes
quantidades. Ganhara barriga por excesso de hidratos de carbono à noite. Marcava
telefonemas importantes para a hora do jantar e fingia serem inesperados. À
semelhança de uma criança impertinente, tornara-se perito em distribuir a comida

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