A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

condução, por favor? ─ Depois reparou no boneco inflável no banco do passageiro.
─ O que é aquilo?
─ É uma história muito comprida, senhor agente.
─ A sua carta de condução, por favor.
Max apalpou os bolsos do peito do casaco. Saíra da casa dos Osbourne tão à
pressa, que se esquecera da pasta e da carteira. ─ Lamento, senhor agente, mas não
tenho a carta comigo.
─ Desligue o motor e saia do carro, por favor ─ ordenou o policial, num tom
de voz monocórdico. Nesse momento, a sua atenção foi desviada para um Range
Rover que parava no refúgio.
─ Senhor agente, o senhor vai pensar que eu estou maluco, mas é melhor
ouvir o que eu tenho a dizer.
Delaroche saiu do Range Rover e encaminhou-se para o policial. Astrid saiu
e dirigiu-se para a frente do Mercedes. O policial desapertou o coldre e tentou
agarrar na arma.
─ Volte a entrar no carro, já!
Delaroche meteu a mão debaixo da blusa de ciclista e agarrou numa Beretta
com silênciador. Levantou o braço e disparou duas vezes. O primeiro tiro atingiu o
policial no ombro, fazendo-o dar meia volta. O segundo acertou-lhe na nuca e o
homem caiu sobre o rebordo do alcatrão.
Astrid estava à frente do Mercedes, os braços esticados e uma arma nas
mãos. Olhou primeiro para o homem atrás do volante e depois para o manequim
sentado onde estivera Elizabeth Osbourne. Estava lívida de raiva. Caíra num dos
truques mais velhos que existia.
O motor foi ligado e o Mercedes meteu a primeira. Astrid disparou
calmamente três vezes através do para-brisa. O vidro estilhaçou-se e ficou
instantaneamente vermelho com sangue. O corpo caiu para a frente sobre a caixa
de direção e a tarde encheu-se com o som da buzina do carro.
Michael mantinha uma vigília tensa no gabinete de Adrian Carter, a andar
de um lado para o outro e a fumar cigarros. Carter dava tacadas em bolas de golfe
para acalmar os nervos. Um dos factótuns de Monica Tyler esperava à porta do
escritório de Carter, como se fosse um aluno de castigo. Michael fechou a porta
para poderem conversar.
─ Porque é que nunca tive autorização para ver o arquivo sobre o Outubro?
─ Porque era restrito ─ explicou Carter num tom de voz inexpressivo, a cabeça
curvada em concentração. Deu uma tacada na bola, mas falhou o alvo por quinze
centímetros. ─ Merda ─ murmurou Carter. ─ Abusei.
Porque é que era restrito?

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