A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Susanna deixava umo disquete nova na caixa de correio de Harry, este devolvia a
antiga, regra geral na manhã seguinte.
Saiu de Pomander Walk. Carson fez as necessidades contra uma árvore.
Depois Susanna fechou o blusão para se proteger do frio e começou a correr para
leste, atravessando Georgetown na escuridão, com Carson a seu lado.
O homem no carro estacionado em Volta Place observou a mulher a sair.
Sabia que não ia dispor de muito tempo. Era tarde e provavelmente ela não iria
correr para muito longe. Teria de trabalhar rapidamente.
Saiu do carro, fechou a porta com cuidado e atravessou a rua. Vestia calças
pretas, uma camisa escura e um blusão de couro preto, e levava uma pequena pasta
de couro na mão direita. Mark Calahan não ia perder tempo. Pertencera às Forças
Especiais, aos Navy Seals, mais exatamente, e sabia como entrar com discrição em
prédios. Sabia como sair sem deixar vestígios.
Pomander Walk estava em silêncio e apenas uma das pequenas casas
mostrava sinais de vida. Trinta segundos depois de chegar à rua tinha aberto a
fechadura de Susanna e estava dentro de casa.
Permaneceu no seu interior quinze minutos e saiu tão discreta─ mente
como entrara.
Michael acordou às quatro da madrugada, com a chuva. Tentou voltar a
adormecer, mas não conseguiu. Sempre que fechava os olhos via o avião a
despenhar-se no mar e o rosto de Hassan Mahmoud, desfeito por três balas. Saiu
da cama em silêncio, atravessou o corredor até o escritório, ligou o computador e
sentou-se.
Os arquivos passaram à frente dos seus olhos: fotografias, relatórios da
polícia, memorandos da Agência, relatórios de serviços de espionagem aliados.
Reviu-os mais uma vez. O assassinato de um agente do governo em Espanha,
reivindicado pelo movimento separatista basco ETA, mas posteriormente negado.
A morte de um agente da polícia de Paris, reivindicada pela Ação Direta, mais
tarde negada. O assassinato de um diretor da BMW em Francoforte, reivindicado
pela Fação do Exército Vermelho, mais tarde negado. O assassinato de um
comandante da OLP em Tunes, reivindicado por uma fação palestina rival, mais
tarde negado. A morte de um empresário israelense em Londres, reivindicada pela
OLP, mais tarde negada. Todos os atentados tinham ocorrido em momentos críticos
e vieram piorar a situação. Todos tinham algo em comum: as vítimas foram
alvejadas três vezes no rosto.
Michael abriu outro arquivo. A vítima era Sarah Randolph. Era uma
estudante de arte abastada e bela, com tendências esquerdistas. Osbourne,
ignorando o bom senso, apaixonara-se perdidamente por ela enquanto trabalhava

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