A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

Elizabeth contou-lhe tudo. Salvo Michael e o seu trabalho, não havia
segredos entre as duas.
─ Ele acha que a fertilização in vitro vai dar certo? 80
─ Não faz ideia. É como jogar barro na parede. Quanto mais vamos
aprendendo sobre os tratamentos de infertilidade, mais descobrimos o pouco que
eles sabem.
─ Como você se sente?
─ Estou bem. Só quero encerrar o assunto. Se não pudermos ter filhos,
quero deixar isso para trás e continuar com a nossa vida.
Correram em silêncio durante alguns minutos. Carson regressou, com um
ramo de um metro na boca, que trouxera das árvores.
─ Quero quebrar uma regra implícita da nossa amizade ─ indicou Susanna.
─ Queres fazer-me uma pergunta sobre um caso da nossa firma?
─ Não é bem um caso. É um cliente. Mitchell Elliott.
─ É cliente do Braxton. Por acaso esta noite vou jantar com ele. ─ A sério?
─ Sim, ele veio à cidade. O Braxton ordenou-me que comparecesse. ─ Sei
que ele está na cidade porque ontem jantou na Casa Branca. Depois do jantar, o
Paul Vandenberg levou-o a casa e os dois andaram a passear na
Califórnia Street.
─ Como sabes isso? ─ Estive a segui-los.
─ Susanna!
Contou a Elizabeth da história que lhe fora atribuída pelo editor, e tudo o
que descobrira até então sobre Mitchell Elliott e as contribuições duvidosas a
Beckwith e ao Partido Republicano.
─ Preciso da sua ajuda, Elizabeth. Tenho de saber mais sobre a relação
entre Braxton e Elliott. Preciso de saber se o Braxton está a ajudá-lo de alguma
forma, ou se tem algum papel na circulação do dinheiro.
─ Sabe que não posso fazer isso. Não posso trair a confiança de um dos
nossos clientes. Seria despedida. Meu Deus, seria impedida de exercer!
─ O Elliott é sujo e se o Braxton estiver a ajudá-lo, também é sujo.
Mesmo assim, não te posso ajudar. Não seria ético.
─ Sinto muito por estar a utilizar a nossa amizade, mas o meu editor não
me larga por causa do artigo. Além disso, as pessoas como o Mitchell Elliott
enojam-me.
─ Estás só a fazer o teu trabalho, a meter o nariz onde não és chamada.
Estás perdoada.
─ Posso telefonar-te logo à noite para saber o que se passou no jantar?
─ Quanto a isso não há problema.

Free download pdf