A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

ST. MAARTEN, CARAÍBAS


Ao subir a encosta, a caravana de Range Rovers levantou poeira
avermelhada do estreito caminho esburacado. Os veículos eram idênticos: pretos,
com vidros fumados espelhados para ocultar a identidade dos passageiros. Cada
homem chegara à ilha a partir de um ponto de embarque distinto: América Latina,
Estados Unidos, Oriente Médio, Europa. Todos partiriam na manhã seguinte, após
o final da conferência. Estava-se no início da época alta e a ilha estava apinhada de
americanos e de europeus ricos. Os indivíduos nos Range Rovers preferiam assim.
Gostavam de multidões, de anonimato. A caravana atravessou com estrépito uma
aldeia miserável. Crianças descalças na beira da estrada acenaram com entusiasmo
aos veículos. Ninguém lhes respondeu.
A mansão era extravagante, mesmo segundo os padrões de St. Maarten:
doze quartos principais, duas salas de estar amplas, uma sala de multimídia, uma
sala de bilhar, uma piscina grande, duas quadras de tênis e um heliponto. Fora
encomendada seis meses antes por um europeu anônimo, que pagara uma
exorbitância para que o trabalho estivesse pronto a tempo.
A construção fora um pesadelo, pois a mansão ficava no meio da ilha, no
alto de uma montanha, com vistas para o mar de cortar a respiração por todos os
lados. Exceto a cerca eletrificada, os vinte hectares de terreno tinham sido deixados
no seu estado natural, cobertos de vegetação rasteira densa e de árvores.
Uma equipe de segurança chegou com uma semana de avanço e instalou
câmaras de vídeo, sensores laser e aparelhos de interferência de comunicações. O
centro de comando foi montado na sala de bilhar.
A Sociedade para o Desenvolvimento e Cooperação Internacionais era uma
organização totalmente privada que não aceitava donativos externos, nem
membros novos, à exceção dos que ela selecionava. A sede oficial era em Genebra,
num pequeno gabinete com uma placa de ouro de muito bom gosto sobre a porta
austera, embora um visitante fosse encontrar o gabinete vazio, e um telefonema
para o número não identificado não fosse atendido.
Aqueles que sabiam da existência do grupo conheciam-no apenas como a
Sociedade. Apesar do nome, a Sociedade não pretendia fazer do mundo um lugar
mais pacífico. Os membros incluíam oficiais de espionagem apóstatas, políticos,
traficantes de armas, barões da droga, organizações criminosas internacionais e
magnatas poderosos.
O diretor executivo era um antigo oficial do serviço de espionagem
britânico, o MI6. Era conhecido simplesmente como "o Diretor", e nunca era

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