Natalie indicou com a cabeça o corredor que levava aos banheiros.
— Você já foi antes de sairmos do hotel.
— É o chá.
— Não demora.
Natalie colocou a bolsa no ombro esquerdo e atravessou o bar lentamente pelo
labirinto de mesas altas. O banheiro feminino estava vazio; ela entrou em uma das
cabines, trancou a porta e começou a contar mentalmente. Quando chegou a 45, ouviu a
porta do banheiro se abrir e se fechar, seguida de um ruído de água caindo em uma pia e
do som de um secador de mãos. A essa sinfonia de sons de banheiro, Natalie adicionou
o estrondoso som de uma descarga industrial. Saindo da cabine, viu uma mulher diante
do espelho passando maquiagem. A mulher tinha pouco mais de 30 anos, vestia jeans
apertados e um pulôver sem mangas que não caía bem em seu corpo forte. Ela tinha os
ombros largos e os braços musculosos de uma esquiadora olímpica. A pela era muito
seca e porosa, a pele de uma mulher que vivera no deserto ou na altitude.
— Como você está, Leila?
— Quem é você?
— Não importa quem eu sou.
— Só se for uma deles. Aí, importa muito.
A mulher passou pó na pele dura do rosto.
— Meu nome é Megan — disse, olhando para seu reflexo. — Megan, do FBI. E você
está desperdiçando um tempo valioso.
— Você sabe quem é aquela mulher?
A mulher assentiu. Guardando o pó e começando a trabalhar nos lábios, perguntou:
— Como ela entrou no país?
— Com um passaporte falso.
— Por onde ela entrou?
Natalie respondeu.
— Kennedy ou Newark?
— Não sei.
— Como ela veio para Washington?
— Em um trem da Amtrak.
— Qual o nome no passaporte?
— Asma Doumaz.
— Você já recebeu um alvo?
— Não. Mas ela recebeu o dela. É uma missão suicida.
— Você sabe o alvo dela?
— Não.
— Foi apresentada a algum outro membro das células de ataque?
— Não.
— Cadê seu telefone?
— Ela pegou. Não tente me mandar nenhuma mensagem.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1