A Viúva Negra

(Carla ScalaEjcveS) #1

O


CASA BRANCA

jantar de Estado estava marcado para começar às oito daquela noite. O presidente
francês e sua esposa chegaram pontualmente ao Pórtico Norte, tendo feito a travessia
desde a Casa Blair em tempo recorde, com o esquema de segurança mais pesado já visto.
Correram para dentro como se tentassem escapar de uma tempestade repentina e
encontraram o presidente e a primeira-dama vestidos formalmente, esperando no hall de
entrada. O sorriso do presidente era encantador, mas seu aperto de mão estava úmido e
cheio de tensão.
— Temos um problema — disse ele, em voz baixa, enquanto as câmeras disparavam.
— Problema?
— Explico em um minuto.
A sessão de fotos foi bem mais curta que o normal, exatos 15 segundos. Então, o
presidente levou o grupo para a Galeria Cruzada. As primeiras-damas viraram à
esquerda, em direção à Ala Leste. Os dois líderes foram à direita, em direção à Ala Oeste.
Na Sala de Comando, no andar de baixo, só havia lugar para ficar em pé — diretores em
suas devidas cadeiras à mesa, vices e assessores apoiados contra as paredes. Em uma das
telas de vídeo, duas mulheres, uma loira e uma morena, estavam andando pelo corredor
de um hotel.
— Safia Bourihane e a agente israelense?
O presidente assentiu com gravidade e então atualizou o líder francês. Alguns
minutos antes, Safia Bourihane tirara das sacolas um par de coletes suicidas. Uma
evacuação do hotel às pressas foi rejeitada por tomar tempo demais e ser arriscada
demais. Um ataque direto ao quarto também foi descartado.
— Então, o que nos sobra? — perguntou o presidente francês.
— Equipes da SWAT e de resgate de reféns estão esperando em frente ao hotel e no
lobby. Se tiverem a oportunidade de matar Safia Bourihane sem perda colateral de vidas
inocentes, vão pedir permissão para atirar.
— Quem dá a aprovação?
— Eu, e só eu — o presidente olhou para seu colega francês com seriedade. — Não
preciso de sua permissão para fazer isso, mas gostaria de sua aprovação.
— Você a tem, senhor presidente — o líder francês observou as duas mulheres
entrando no elevador. — Mas posso dar um pequeno conselho?
— É claro.
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