A Viúva Negra

(Carla ScalaEjcveS) #1

homem saiu e entrou no Hall dos Estados. Seu casaco era idêntico ao usado pelo homem
que atacou o Lincoln Memorial, mas ele não carregava mochila; sua bomba estava
amarrada no corpo. Ele passou pelo centro de visitantes e foi até a bilheteria principal,
onde detonou o explosivo. Três outros homens saíram do Honda, incluindo o
motorista. Todos estavam armados com fuzis semiautomáticos AR-15. Eles massacraram
os feridos e moribundos no Hall, e passaram metodicamente do Teatro Eisenhower à
Casa de Ópera e à Sala de Concertos, matando indiscriminadamente. Ao todo, mais de
trezentos morreriam.
Quando as primeiras unidades da Polícia Metropolitana chegaram, os três terroristas
sobreviventes tinham cruzado o Rock Creek e o Potomac Parkway a pé e estavam
entrando em Washington Harbor. Lá, foram de restaurante em restaurante, matando
sem dó. Fiola Mare, Nick’s Riverside Grill, Sequoia: todos foram varridos por tiros.
Mais uma vez, os homens não encontraram resistência da Polícia Metropolitana; os
americanos, aparentemente, tinham sido pegos de calças curtas. Ou, talvez, pensou o
líder da célula de ataque, Saladin os tivesse enganado. Os três homens recarregaram suas
armas e seguiram para o coração de Georgetown procurando outras presas.
Foi nesse caos que as duas mulheres — uma morena, outra loira: indivíduos um e
dois, como eram conhecidas — entraram na garagem dos fundos do Key Bridge
Marriott. Um segundo carro, um Toyota Corolla alugado, estava esperando. Muito
depois, ficaria claro que o carro fora deixado ali mais cedo naquele mesmo dia pelo
mesmo homem que entregara os coletes suicidas em Tysons Corner Center.
Em geral, era o indivíduo um, a agente israelense, que dirigia, mas desta vez o
indivíduo dois, a francesa, passou para trás do volante. Saindo da garagem, ela avançou
pela pequena guarita de tijolos da atendente do estacionamento, derrubando a cancela no
processo, e se dirigiu à saída da Lee Highway. As equipes disfarçadas da SWAT a
postos no estacionamento aberto não empregaram força letal contra a francesa, indivíduo
dois, porque não tinham recebido autorização do presidente, nem do FBI. Até as equipes
de vigilância do FBI ficaram momentaneamente paralisadas, porque não estavam
recebendo instruções do CNC. Um minuto antes, os observadores tinham ouvido algo
em seus rádios que soava como uma explosão. Agora, do CNC, só vinha silêncio.
A saída do hotel para a Lee Highway só dava mão para a direita. A francesa virou à
esquerda. Desviou de carros vindos na direção contrária com habilidade considerável,
virou na North Lynn Street e, alguns segundos mais tarde, estava correndo pela Key
Bridge até Georgetown. As equipes da SWAT e de vigilância do FBI não tiveram
escolha a não ser repetir os movimentos impensados dela. Dois veículos tomaram a
saída da Lee Highway, e dois outros seguiram pela North Fort Meyer Drive. Quando
chegaram à Key Bridge, o Corolla já estava virando na M Street. Ele não tinha radiofarol
nem microfones interiores. Do alto da ponte, as equipes do FBI viam luzes azuis e
vermelhas piscando na direção de Georgetown.

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