Quatro Rodas - Edição 728 (2019-12)

(Antfer) #1

dezembro quatro rodas 89


o Ford Corcel era totalmente voltado


ao conforto, enquanto a Volkswagen


Brasília não escondia as limitações do


Fusca, projeto com mais de 40 anos.


Mas o Chevette tinha seus defeitos:


a suspensão era considerada dura de-


mais para nosso piso e o largo túnel


da transmissão deslocava os pedais


e a direção para a esquerda, com-


prometendo a ergonomia. O banco


traseiro era adequado apenas para


crianças e o isolamento precário de


ruído e vibrações do motor dificulta-


vam qualquer conversa a bordo.


A versão esportiva GP surgiu em


1975 em comemoração ao Grande


Prêmio Brasil de Fórmula 1. Recebeu


faróis de neblina, enormes faixas


pretas, rodas com 6 polegadas de


largura e sobrearos de aço inox. O


volante esportivo aumentava e a


empolgação frente ao inexpressivo


acréscimo na performance: a taxa de


compressão aumentada de 7,8:1 para


8,5:1 fez o motor chegar a 72 cv.


As mesmas rodas de tala larga


seriam usadas na série especial País


Tropical, vendida apenas em 1976.


O exemplar das fotos é um dos raros


remanescentes e integra o acervo


do colecionador Luiz Martins. “Era


o único automóvel nacional a ofe-


recer rádio/toca-fitas como item de


série, um caríssimo Nissei. Trazia


até uma fita cassete com o hit de


Jorge Ben Jor”, diz Martins.


A primeira reestilização do Che-


vette ocorreu em 1978, adotando as


mesmas linhas básicas do Chevette


americano de 1976. A família logo


cresceu com a versão quatro portas e


com o hatch no modelo 1980. A pri-


meira geração despediu-se em 1982,


pouco depois da chegada da perua


Marajó e da versão esportiva S/R.


O Chevette ainda viveria mais dez


anos de sucesso: tornou-se campeão


de vendas em 1983, deu origem à


picape Chevy 500, recebeu câmbio


manual de cinco marchas, ar-con-


dicionado e até um câmbio auto-


mático de três marchas. As versões


populares Júnior (motor 1 litro) e “L”


(motor 1.6 litro) encerraram uma


história de 20 anos e 1,6 milhão de


unidades vendidas.


Chevrolet Chevette


País Tropical 1976


Motor: longit., 4 cil.


em linha, 1.398 cm


3
,

8 válvulas, comando


de válvulas simples


no cabeçote, carbu-


rador simples; 68 cv


a 5.800 rpm; 9,8


mkgf a 3.200 rpm


Câmbio: manual


de 4 marchas,


tração traseira


Dimensões: compr.,


412 cm; larg., 157


cm; alt., 132 cm;


entre-eixos, 239 cm;


peso, 860 kg


Pneus: 6.45 - 13


fiCha TéCniCa


Janeiro de 1976


0 a 100 km/h: 19,4 s;


vel. máx.: 137,4 km/h;


consumo: 12,26 km/l


a 100 km/h


Preço: Cr$ 50.000


(maio de 1976);


R$ 89.000 (atualizado,


IGP-DI/FGV)

TESTE


a rara série especial


País Tropical (1976)


tinha até trilha


sonora própria


Pedais próximos


favoreciam


o punta-tacco

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