Edição 160 >> ADEGA 79
Listamos 10 exemplares de Moscatel
espumante para você perder o
preconceito
Sim,
MOSCATEL
A
frase “para cada ocasião, existe a ves-
timenta adequada” pode ser aplica-
da em gênero, número e grau para
o mundo dos vinhos. Pergunte a
um sommelier experiente ou a um
enófilo de carteirinha (não a um enochato), que
ambos irão discorrer sobre a variedade de estilos
- é verdade, uns mais versáteis que outros –, que
praticamente podem acompanhar as mais diversas
ocasiões, sejam elas gastronômicas ou não.
Do mesmo modo que não costumamos ir a
um casamento em trajes de banho, é questioná-
vel ou no mínimo estranho acompanhar uma
torta de frutas frescas, com um tinto seco e en-
corpado. Para essa sobremesa específica, o ideal
seria um vinho leve e refrescante, com baixo teor
alcoólico, boa acidez, dulçor suficiente para ri-
valizar com o açúcar da torta e, de preferência,
contendo borbulhas para limpar adequadamente
o palato para uma próxima garfada. Sendo assim,
um Moscatel espumante, branco ou rosado, po-
deria ser a companhia perfeita.
Apesar do preconceito, velado ou não, o Mos-
catel merece ser mais lembrado e valorizado. Seja
para acompanhar sobremesas, seja para um chá da
tarde ou brunch num dia quente – quando café ou
chá fariam qualquer um sentir ainda mais calor.
Hoje em dia, o espumante nacional, indepen-
dentemente do estilo, já é reconhecido como o
vinho de qualidade mais consistente que produ-
zimos. Mas, quando falamos particularmente do
Moscatel, o panorama é ainda mais animador.
ADEGA degusta algumas centenas de espuman-
tes nacionais anualmente, tanto para a revista,
quanto para o Guia ADEGA de Vinhos do Brasil,
e podemos categoricamente afirmar, sem ufanis-
mo, que o estilo Moscatel Espumante está sem-
pre entre os mais consistentes e de melhor rela-
ção entre preço e qualidade ano após ano.
É verdade que os melhores costumam vir da
Serra Gaúcha, mais precisamente da zona de Far-
roupilha – que desde 2016 tem uma I.P. específi-
ca para esse estilo de vinho –, mas também temos
bons exemplares sendo produzidos na Serra Cata-
rinense e também no Vale do Rio São Francisco.
Um bom Moscatel não pode ser enjoativo e deve
ser leve, vibrante e refrescante, tendo geralmente
fruta branca, de caroço e/ou cítrica, além de no-
tas florais e de ervas. Mas deve, principalmente,
ter acidez pulsante, para equilibrar seu dulçor.
Para guiá-lo em suas próximas escolhas e ajudá-
-lo a deixar o preconceito de lado, elencamos 10
consistentes Moscatéis produzidos no Brasil, lem-
brando que outras dezenas de opções podem ser
encontradas no Guia Adega de Vinhos do Brasil
2018/2019.