frigorífico. Não encontrou nada que acrescentasse algo de válido à sua busca,
nada de concreto, pelo menos. A não ser uma conclusão elucidativa.
Patrício desceu a escada e juntou-se a Regina.
— Então? — perguntou ela.
— Nada.
— Viste o armário do quarto?
— Vi e está vazio.
— Não há roupa nenhuma?
— Só cabides pendurados no varão e gavetas abertas, vazias. O mesmo com
a mesinha-de-cabeceira.
— E a cama?
— O que é que tem?
Regina rolou os olhos nas órbitas, denotando uma ponta de impaciência.
— Está feita ou desarrumada? — perguntou.
— Está por fazer.
— Hum... o armário da casa de banho?
— Vazio.
— O frigorífico está cheio de comida estragada, o balde do lixo do
escritório tem alguns papéis queimados, as gavetas estão vazias, não há roupa,
nem fotografias, nem artigos pessoais. Sabes que mais? O tipo pôs-se a andar,
fez a mala e partiu. Eu diria que fugiu à pressa.
— E eu diria — acrescentou Patrício — que nós devíamos fazer o mesmo.
— Regina permitiu-se um sorriso irónico, uma tirada sarcástica.
— Porquê, não gostas de estar aqui?
— Humor negro, a esta hora? — respondeu ele, também com um sorriso,
mas de quem não achou graça. — Não, não gosto de estar aqui.
— Pronto, pronto. Vamos embora.
— E agora? — perguntou Patrício, quando entraram no jipe.
— Agora... — disse Regina, pondo-se pensativa. — Uma vez que o senhor
Dantas se foi embora e não teve a decência de me deixar um recado, há mais