A Gazeta ES - 05 03 2019

(Pinheirojpa) #1

Economia.


TERÇA,05 DE MARÇO DE 2019| 19
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ARQUIVO

Dinheiro na mão é vendaval: sem planejar, consumidor pode gastar mais do que tem

EMPRÉSTIMOS: AMIGOS OU INIMIGOS DAS FINANÇAS

CHEQUE ESPECIAL
aCerto é nunca usar, mas
que seja só numa
emergência
Cheque especial e
empréstimo caro são
sinônimos. Então, corra,
mas corra desse crédito.
Com taxas superiores a
11% ao mês, não dá para
viver pendurado nesse
serviço. Se realmente
precisar, que seja por um
tempo muito, mas muito
curto. Ainda assim não vale
usar o cheque especial
para pagar o cartão de
crédito. O primeiro está
ainda mais caro que o
segundo. Pense bem. Se


precisa do saldo para pagar
as contas, busque
empréstimos mais baratos,
como o consignado ou o
empréstimo pessoal. Um
erro comum de quem usa
o cheque especial é contar
comolimitecomoseeste
fizesse parte da renda
mensal.

CARTÃO DE CRÉDITO
aParcelamento sem juros
também é arriscado
Cartão de crédito pode ser
um bom aliado de quem
sabe usá-lo. Algumas
pessoas parcelam compras
sem juros no cartão,
principalmente quando não

ganham desconto ao pagar
à vista, no dinheiro. Mas
outras dividem no cartão
por não terem o dinheiro
para a compra na ocasião.
O problema é que não
sabem se terão como
pagar as prestações.
Assim, acabam caindo no
crédito rotativo do cartão,

que tem juros muito
altos. Uma saída, se não
tiver dinheiro para
liquidar a dívida, é buscar
o consignado, o
empréstimo pessoal.
Vale ainda ligar para a
operadora e tentar um
parcelamento mais
barato.

EMPRÉSTIMO PESSOAL
aEscolha o mais barato
Se não é um trabalhador
de carteira assinada,
aposentado nem servidor
público, o consumidor
pode acessar ao crédito
pessoal. É uma das
opções mais baratas,
depois do consignado.
Pode ser uma alternativa
para quem está devendo
o cartão ou cheque
especial trocar por uma
dívida mais barata. Mas
cuidado com os juros,
principalmente nas
financeiras. Nesses
locais, as taxas
costumam ser bem altas.

CRÉDITO CONSIGNADO
aÉ o mais barato, mas
também endivida
É o tipo de empréstimo
mais indicado para quem é
servidor, aposentado ou
trabalhador de carteira
assinada por ter taxas de
juros mais baixas. Quem
tem dívidas mais caras no
cartão ou no cheque
especial pode usar o
consignado para liquidá-las.
Mas comprometer 30%
da renda com esse crédito
pode sufocar as finanças
se a pessoa já tiver
parte do orçamento
comprometido com
mais dívidas.

| FINANÇAS PESSOAIS |


BOLSO APERTOU? SAIBA


QUAL CRÉDITO USAR


É importante escolher bem para não entrar na saga das dívidas


MIKAELLA CAMPOS
mikaella.campos@redegazeta.com.br


O salário bateu na conta,
masnãofoisuficientepara
quitar todas as despesas.
Ainda há muita coisa para
pagar e o cheque especial
parece tentador. Está ali
disponível para ser usado
semqualquerdificuldade.
Junto com o pagamento
mínimo do cartão de cré-
dito, vai aliviar a situação
nesteperíododesufocofi-
nanceiro. Ufa!
Mas as escolhas por es-
ses créditos, fáceis, porém
caros, são apenas o início
da jornada rumo ao endi-
vidamento excessivo.
Quemfazessasopçõesnão
sabe que esses paliativos
podemterefeitorebote,le-
vando à inadimplência.
Depois de ficar com o no-
me sujo, se livrar dessa sa-
ga é uma tarefa árdua.
Especialistas alertam
sobre a importância de o
consumidor buscar mo-
dalidadesdecréditomais
em conta. Eles deixam
umalerta:seodinheiroé
liberado sem burocracia
pelo agente financeiro,
por trás de tanta facilida-


de está escondida uma
taxa de juros, muitas ve-
zes, exorbitante.
Entreosvilõesdocrédi-
to está o cheque especial.
Segundo estudo da Asso-
ciação Nacional dos Exe-
cutivos de Finanças (Ane-
fac),emjaneiropassado,o
produtoteveíndicemédio
de 11,74% ao mês,
278,88% ao ano. Prático

de usar,éocréditomais
caro do país.
Para o diretor-executi-
vo de Estudos e Pesquisas
Econômicas da Anefac,
MiguelOliveira,parablin-
dar as finanças, o ideal é
nunca ficar com o saldo
negativo na conta-corren-
te. Mas se não tiver jeito,
que seja eventualmente e
num período bem curto.

“Gosto de comparar o
usodochequeespecialcom
a necessidade de uma pes-
soa pegar um táxi. Se ela
precisa desse meio de
transporte para ir do traba-
lho para casa, podemos di-
zerqueéalgoviável.Masse
forviajarparaumoutroEs-
tado, existem serviços mais
baratos,comooônibus,por
exemplo”, exemplifica.

O cartão de crédito, que
antes era o vilão das finan-
ças com juros acima de
400% ao ano, ficou com a
segundamaiortaxamédia,
11,52% ao mês, aproxima-
damente 270,03% ao ano,
emjaneiro.Essaquedatem
relação com mudanças re-
centes feitas pelo Banco
Central. Embora a taxa de
jurosatualsejaquasemeta-
de da anterior, o serviço
continuaexigindobastante
cuidado de quem usa.
Diantedosaltosvalores,
o ideal mesmo, na visão do
professordeEconomiaeFi-
nanças da Multivix Jonair
PereiradaCostaéjuntardi-
nheiro para pagar à vista,
sem necessidade de recor-
rer às instituições financei-
ras. “As pessoas se endivi-
dam porque não guardam
recursos para consumir lá
na frente. Sugiro as famí-
lias pouparem 30% do que
ganham para realizar so-
nhosemontarumareserva
de emergência.”
Comonemtodosconse-
guem alcançar esse nível
deorganização,osconsul-
tores de finanças indicam
aocliente,antesdeassinar

ocontratodeumfinancia-
mento ou de um emprés-
timo,avaliarseterácondi-
çõesdehonrarcomocom-
promisso. A dica vale, in-
clusive, para os famosos
parcelamentossemjuros.
“Quando alguém pode
pegar crédito? A resposta
ésimples:quandoaparce-
lacoubernoseuorçamen-
to.Seinsistir,apessoacor-
re risco de ficar inadim-
plente e assim perder o
acessoaocrédito”,explica
aeconomistaeprofessora
da Fucape Arilda Teixeira
aodizerquehojeoconsig-
nadoaindaéaopçãomais
barata de financiamento,
com taxasdejurosmédias
de 24% ao ano. A ferra-
menta, no entanto, só tem
aplicação para os traba-
lhadores do mercado for-
mal, aposentados e servi-
dores públicos.
Para o restante dos con-
sumidores, a alternativa
menos penosa é o crédito
pessoal.Masatenção!Esses
produtos continuam caros.
Nos bancos, as taxas de ju-
rosestãoemmédia55%ao
ano. Já nas financeiras, al-
cançam 120% ao ano.
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