O GLOBO 05-03-19.pdf

(Pinheirojpa) #1

País • p. 4
RECOMEÇOU O JOGO
Pelo menos 12 partidos estudam candidaturas
às prefeituras de Rio e São Paulo em 2020
FERNANDA KRAKOVICS
E SILVIA AMORIM
opaisiãoglobo.com.br
RIDE SÃO PAULO
Amais de um ano e meio
das eleições, partidos e
políticos já deram a largada
nas articulações de olho nas
prefeituras do Rio e de São
Paulo. Nas duas cidades, ao
menos 12 legendas planejam
concorrer, entre elas o PSL
do presidente Jair Bolsonaro.
Até o momento, pelo me-
nos sete nomes pretendem
entrar na disputa contra o
prefeito Marcelo Crivella
(PRB), que concorrerá à ree-
leição. Como não serão mais
permitidas coligações pro-
porcionais, a tendência é que
os partidos lancem nomes
para a prefeitura como forma
de puxar vereadores. Assim,
o leque de candidatos deve
ser ainda mais amplo.
Em São Paulo, candidatu-
ras do campo conservador,
antes restritas ao malufis-
mo, ressurgem. No PSL, os
deputados federais Joice
Hasselmann e Eduardo Bol-
sonaro, além da deputada
estadual Janaina Paschoal,
podem entrar na disputa. E
o prefeito Bruno Covas
(PSDB) tentará a reeleição.
Um fator considerado de-
cisivo por lideranças políti-
cas do Rio para a definição
do cenário eleitoral é como
estará a popularidade tanto
de Bolsonaro quanto do go-
vernador Wilson Witzel
(PSC). Em princípio, a fa-
mília do presidente não de-
ve apoiar ninguém, assim
como fez nas eleições para
governador do ano passado.
— Ele (Bolsonaro) não
aceita alguém ser candidato
porque a prefeitura está um
lixo só. Ele foi contra inclu-
sive a candidatura do Flávio
(Bolsonaro, em 2016), tan-
to que nem fez campanha—
disse uma pessoa próxima
do presidente.
AINDA NO INÍCIO
No PSL, partido de Bolsona-
ro, o deputado estadual Ro-
drigo Amorim está cotado pa-
ra a disputa. Mais votado para
a Assembléia Legislativa no
ano passado, Amorim que-
brou uma placa com o nome
de Marielle Franco durante a
campanha. Depois de tomar
posse, emoldurou fragmento
da placa e a pendurou em seu
gabinete, como espécie de
troféu. A vereadora do PSOL
foi assassinadaatiros em mar-
ço de 2018, junto com o mo-
torista Anderson Gomes.
Em outra frente, o secretá-
rio de Educação de Witzel,
Pedro Fernandes, atual-
mente sem partido, tam-
bém é cotado. Sem espaço
no MDB para disputar o go-
verno do estado no ano pas-
sado, ele deixou o partido e
se filiou ao PDT. No segun-
do turno, contrariando seu
novo partido, Pedro apoiou
Witzel e deixou a sigla.
Já o ex-prefeito Eduardo
Paes (DEM), que perdeu as
duas últimas eleições —em
2018, pessoalmente, para go-
vernador, e em 2016, com Pe-
dro Paulo para a prefeitura—
tem dito a aliados que não vai
concorrer. O ex-prefeito vol-
tou a trabalhar na iniciativa
privada e tem dito que não
quer ser candidato. Seus alia-
dos, contudo, tentam con-
vencê-lo do contrário. Paes
foi acusado de receber caixa
dois em delações de ex-funci-
onários das empreiteiras
OAS, Odebrecht e do mar-
queteiro Renato Pereira, que
trabalhou em suas campa-
nhas. O ex-prefeito nega.
O MDB, que na eleição pa-
ra governador apoiou Paes,
diz que ainda não definiu o
caminho a seguir em 2020.
—Precisamos aguardar para
ver como os governos (estadu-
al e federal) vão se desenrolar.
—disse o presidente estadual
do MDB, Leonardo Picciani.
Outro nome que deve estar
presente na disputa mais uma
vez é o de índio da Costa
(PSD). Ex-funcionários da
OAS disseram, em delação
premiada, ter repassado R$ 1
milhão para a campanha de
índio em 2010. Naquela elei-
ção, o então deputado federal
foi vice na chapa de José Serra
(PSDB) à Presidência. índio
disse desconhecer os paga-
5


PÁTRIA AMADA


.BRASILGOVERNO FEDERAL (^)

Free download pdf