Público - 09.09.2019

46 • Público • Segunda-feira, 9 de Setembro de 2019

Ciclismo

A 15.ª etapa da Volta a

Espanha em bicicleta

atrasou ainda mais Ángel

López e Nairo Quintana

A vitória na etapa foi para um norte-

americano, mas logo atrás surgiu o

português Ruben Guerreiro

(Katusha), que mostrou a sua quali-

dade numa tirada de alta montanha

da Volta a Espanha em bicicleta, com

quatro contagens de primeira catego-

ria, a última das quais a coincidir com

a meta, no Santuário do Acebo, nas

Astúrias, a 1200m de altitude.

O primeiro a chegar ao topo foi

Sepp Kuss ( Jumbo), norte-americano

que sobreviveu à fuga do dia e que

atacou na derradeira subida, a 6,6km

da meta. O ciclista de 25 anos con-

quistou uma vantagem que seria suÆ#

ciente para terminar isolado e que lhe

permitiu fazer os metros Ænais da tira-

da a cumprimentar o público que se

encostava às barreiras que isolavam

a estrada. “Estava um ambiente incrí-

vel ao longo de toda a subida. Ainda

estou incrédulo com este triunfo,

estou sem palavras. Quando soube

que tinha cinco minutos de vantagem

e estava na última subida e me sentia

muito bem, percebi que era o suÆ#

ciente para vencer a etapa”, explicou

no Ænal Kuss, ainda a comemorar o

seu maior feito numa grande Volta — o

melhor que tinha alcançado antes

tinha sido um 56.º posto no Giro des-

te ano.

Pouco tempo depois, chegaria o

A montanha da Vuelta

fortaleceu o líder

e colocou um português

no pódio

português Rúben Guerreiro acompa-

nhado pelo britânico Tao Geoghegan

Hart (INEOS). Com o segundo lugar

de ontem, Guerreiro subiu três luga-

res na classiÆcação geral e é agora

16.º, a 16m32s do líder, Primoz Roglic

( Jumbo Visma).

Num dia que poderia ser perigoso

para o camisola vermelha, o esloveno

conseguiu ganhar tempo a quase

todos os seus rivais, com excepção de

Alejandro Valverde (Movistar).

O espanhol, segundo da geral, ata-

cou quando faltavam 6,2km para a

meta, mas Roglic reagiu de pronto,

com o duo a afastar-se dos restantes

perseguidores na derradeira subida.

Terminaram lado a lado e ganhando

alguns segundos para os terceiro,

quarto e quinto da geral.

Hoje, a alta montanha volta a estar

no programa da etapa de 144,4km de

extensão — três subidas de primeira

categoria, a terminarem na longa

escalada de La Cubilla, de 20 quiló-

metros. PÚBLICO/Lusa

Sepp Kuss nos metros finais da etapa de ontem da Vuelta

À terceira foi de vez. Depois de ter

disputado a Ænal do Swedish Padel

Open e do Mijas Open, etapas do

World Padel Tour (WPT), Ana Catari-

na Nogueira chegou na manhã de

ontem ao topo do padel mundial. No

jogo decisivo do Madrid Master, um

dos quatro torneios mais importantes

do circuito mundial, a jogadora do

Porto e a espanhola Paula Josemaría

derrotaram Patty Llugano e Eli Ama-

triaín, por 6-4 e 6-3. Pela primeira vez,

um padelista português conquista um

torneio do WPT.

Catarina Nogueira e Paula Josema-

ría afastaram nos quartos-de-final a

dupla n.º 3 (Lucía Sainz e Gemma

Triay) e nas “meias” a n.º 2 (Alejandra

Salazar e Ariana Sánchez). Na Ænal, as

rivais de Nogueira e Josemaría foram

Patty Llugano e Eli Amatriaín, joga-

doras que repartem o nono lugar do

WPT e surpreenderam na meia-Ænal

ao afastarem Marta Marreno e Marta

Ortega, a dupla n.º 1 mundial.

Numa Ænal inédita — Llugano e

Amatriaín ainda não tinham qualquer

presença num jogo decisivo este ano

—, a partida foi sempre muito bem

controlada por Nogueira e Josemaría.

E, mais uma vez, a experiência da

portuguesa (40 anos) e a explosivida-

Ana Catarina

Nogueira chega

ao topo do padel

de da jovem espanhola (22 anos) fun-

cionaram na perfeição.

A Ænal começou com um break con-

seguido por Nogueira e Josemaría,

mas Llugano e Amatriaín também

conseguiram quebrar o serviço no

quarto jogo. Contudo, o primeiro set

fechou com novo break e a vitória

luso-espanhola, por 6-4.

O segundo set foi uma réplica do

primeiro. Logo no primeiro jogo,

novo break para Nogueira e Josema-

ría. Porém, Llugano e Amatriaín, vol-

taram a responder bem e ao sexto

jogo deixaram de novo tudo empata-

do (3-3). A possível reacção das espa-

nholas foi, no entanto, cortada de

imediato. As novas campeãs do

Madrid Master Æzeram um “contra

break” e mostraram a sua superiori-

dade no court da capital espanhola.

Com pouco mais de hora e meia de

partida, o segundo set terminava com

6-3. Estava garantido o primeiro títu-

lo da história de um jogador portu-

guês no WPT.

O triunfo no Madrid Master coloca-

rá Ana Catarina Nogueira bem próxi-

ma do top-10 no ranking mundial —

ocupa actualmente o 12.º lugar do

WPT — e vai permitir que Paula Jose-

maría entre nas 16 melhores jogado-

ras do circuito.

O World Padel Tour regressa daqui

a cerca de dez dias e será em Portugal

que Ana Catarina Nogueira vai jogar

pela primeira vez com o estatuto de

vencedora de um torneio do WPT:

entre 17 e 22 de Setembro, os jardins

do Casino do Estoril vão ser o palco

do Cascais Padel Master.

[email protected]

Padel

David Andrade

A jogadora portuguesa

conquistou o Madrid

Master, um dos quatro

torneios mais importantes

do World Padel Tour

Ana Catarina Nogueira em acção no Madrid Masters de padel

RODRIGO JIMENEZ/EPA

Portugal sagrou-se ontem, em Nantes,
onde decorreu o Europeu por equi-
pas, vice-campeão de ténis de mesa
em masculinos e femininos. Um feito
particularmente brilhante na varian-
te feminina, já que a selecção nunca
tinha chegado tão longe.
A derrota das portuguesas na Ænal,
frente à Roménia, foi impossível de
evitar, apesar do esforço das atletas
nacionais. Jogo a jogo, a superiorida-
de romena foi-se materializando.
Primeiro, Bernadette Szocs superou
Jieni Shao por 3-2 (11-7, 8-11, 6-11, 11-7 e
11-6); depois Daniel Dodean Monteiro
bateu Fu Yu também por 3-2 (7-11, 11-8,
11-9, 6-11 e 11-3); por Æm, Elizabeta
Samara ganhou a Leila Oliveira por
3-0 (11-9, 11-7 e 11-6), no encontro mais
desequilibrado.
As romenas somaram o seu quinto
título europeu, depois dos conquis-
tados em 1992, 2002, 2005 e 2017,
enquanto Portugal, ao assegurar a
medalha de prata, conseguiu a sua
melhor classiÆcação de sempre, já
que nunca tinha sequer chegado às
meias-Ænais.

Portugal

vice-campeão

em homens

e mulheres

Ténis de mesa

DESPORTO

JAVIER LIZON/EPA

CLASSIFICAÇÃO

15.ª ETAPA

GERAL

1.º Sepp Kuss (Jumbo) 4h19m04s

2.º Rúben Guerreiro (Katusha) a 39s

3.º Tao Geoghegan Hart (INEOS) a 40s

4.º Oscar Garaicoechea (Euskadi) a 53s

5.º Mark Padun (Bahrain) a 1m49s

1.º Primoz Roglic (Jumbo) 58h10m32s

2.º Alejandro Valverde (Movistar) a2m25s

3.º Tadej Pogacar (Emirates) a 3m42s

4.º Miguel Ángel López (Astana) a 3m59s

5.º Nairo Quintana (Movistar) a 5m09s

Fu Yu foi uma das

jogadoras a

conquistarem a

medalha de prata

para Portugal nos

Europeus de

ténis de mesa

Pouco depois, enraram em acção
os homens. Pela frente, tinham a
Alemanha, detentora do troféu e que
procurava chegar ao seu oitavo títu-
lo continental. E, também aqui, a
lógica impôs-se. Portugal, campeão
europeu em 2014, “vice” em 2017 e
terceiro em 2011, perdeu igualmente
por 3-0.
Dimitrij Ovtcharov colocou os ger-
mânicos na frente ao derrotar Marcos
Freitas por 3-0 (11-7, 11-7 e 11-8); seguiu-
se Timo Boll, mais forte do que João
Monteiro, vencendo por 3-1 (11-7, 4-11,
11-9 e 11-7); e no último embate, Patrick
Franziska bateu Tiago Apolónia por
3-0 (12-10, 11-9 e 11-4).
Os germânicos repetiram assim o
resultado da Ænal de 2017 disputada
igualmente frente a Portugal. Já os
portugueses não foram capazes de
repetir o feito de 2014, quando derro-
taram a Alemanha por 3-1 e conquis-
taram o seu único ceptro europeu até
ao momento. PÚBLICO/Lusa