6 de março de 2019 | 51
Alexandre Ribeiro:
o objetivo da empresa é
chegar a 10000 carros
Havia. Naquela época, os aplicativos
de transporte por automóvel contavam
com cerca de 500 000 motoristas no Bra-
sil. Hoje, são mais de 1 milhão. Não só o
crescimento é explosivo. Ribeiro também
percebeu que os motoristas careciam de
educação financeira. A maioria deles não
colocava em suas contas os gastos com
manutenção, seguro, IPVA, troca de car-
ro. Achavam que seus rendimentos eram
líquidos e, lá na frente, tinham de arcar
com custos repentinos, para os quais não
se haviam planejado.
Feitas as contas, segundo Ribeiro, alu-
gar é muito mais vantajoso do que com-
prar um carro para fazer o serviço. Pri-
meiro, porque uma empresa consegue
descontos da fábrica, pelo volume das
encomendas. Além disso, o custo do di-
nheiro é menor para empresas do que
para pessoas físicas; o IPVA é pratica-
mente a metade; os custos de manuten-
ção, devido à escala, são menores; e o
seguro pode ser feito pela própria empre-
sa, também com significativa economia.
Passado o período de experiência com
os motoristas contratados, com receita
de 40 000 por mês, Ribeiro decidiu mon-
tar a PPCar, com 50 automóveis. Nego-
ciou um acordo com a Cabify, que pagava
diretamente à PPCar. Esta repassava o
pagamento aos motoristas depois de des-
contar o aluguel do carro. Em um ano, a
PPCar cresceu cerca de 20 vezes, mas
Ribeiro percebeu que aquele não era o
melhor sistema do mundo. Tinha pelo
menos três problemas. Primeiro, o risco
trabalhista: como sua empresa recolhia
o dinheiro e repassava aos motoristas, era
mais fácil caracterizá-los como emprega-
dos da PPCar, o que poderia levar a um
passivo trabalhista. Em segundo lugar, a
“MUITOS DE NOSSOS
MOTORISTAS NÃO TERIAM
CONDIÇÕES DE TER UM
CARRO NOVO, AINDA MAIS
UM ZERO-QUILÔMETRO”