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psicologia jurídica por Renata Bento
IMAGENS: SHUTTERSTOCK/ ARQUIVO PESSOAL
AS DISSOLUÇÕES CONJUGAIS
TÊM PAPEL IMPORTANTE NO MUNDO
PSÍQUICO DE QUEM AS VIVENCIA
E PODEM SER CONSIDERADAS
COMO UMA DAS MAIORES
CRISES DA IDADE ADULTA
LAÇOS
afetivos pós-divórcio
lLHOS#ABELEMBRARQUEEMBORAUMA
mãe seja sempre a mãe e um pai sempre
opai, tanto um quanto o outro podem
ter em sua estrutura emocional ambas
as funções, materna e paterna, que têm
a ver com o simbólico. Ambos podem
cuidar e também prover. Mas isso não
precisa ser motivo para se ampliar uma
discussão e uma competição acerca de
QUEMEXERCEMELHOROPAPELDEPAIOU
DEMÎE&ILHOCONTINUAPRECISANDODE
duplo referencial, pai e mãe saudáveis
emocionalmente para seu desenvolvi-
mento psíquico.
A guarda uniparental, da mãe, era
comum anteriormente, e o princípio da
isonomia não existia. Seja pelo desinte-
RESSE DO HOMEM NAQUELA OCASIÎO QUE
TINHACOMOPRESSUPOSTOINCUTIDOOPRO
VIMENTOAPENASlNANCEIRODAPROLESEM
precisar cuidar, ou pelo fato da prevalên-
cia anterior da lei que garantia a guarda
DOSlLHOSÌlGURAMATERNA%SSEASPECTO
VEMSOFRENDOTRANSFORMA¥ÎOHOJEOHO
mem busca ter um papel mais participa-
tivo nos cuidados com as crianças e nos
afazeres domésticos.
que também cuida de preservar os laços
afetivos parentais com a prole sem que
a mágoa e o ressentimento da vida con-
jugal pregressa maculem a relação com
OSlLHOS0OISÏMUITOCOMUMOBSERVAR
CASAISDIVORCIADOSNOPAPELOlCIALMEN
te, com forte vínculo conjugal inacabado
e do qual eles mesmos não se dão conta
do próprio sofrimento e do quanto ain-
da permanecem ligados, principalmente
através das brigas. Esse sofrimento é na-
TURALEÏAPARTIRDESSERECONHECIMENTO
fundamental que será preciso um tempo
interno bastante singular para a elabora-
ção do luto.
A at ua lidade ta mbém esta mpa a ma r-
CADAPROFUNDATRANSFORMA¥ÎODAMULHER
com sua inserção no competitivo mer-
CADODETRABALHO%ISSOTROUXEMUITAS
MODIlCA¥ÜESANTESAMULHERMANTINHA
ACASAEOSlLHOSENQUANTOOHOMEM
ERA PROVEDOR DA FAMÓLIA (OJE HOMENS
EMULHERESMANTÐMACASAEAFAMÓLIA
e as intolerâncias acerca das diferenças,
quando muito frequentes, acabam por
LEVARÌSEPARA¥ÎODOCASAL
Devido a toda essa mudança, tam-
BÏMSURGIUUMHOMEMOPAIMAISDE
sejoso de uma participação mais efetiva
no desenvolvimento e crescimento dos
O
bserva-se que as separações
conjugais têm ocorrido com
mais frequência na atuali-
dade. Diante dos aspectos
emocionais envolvidos nesse processo,
ALGUNS PODEM OLHAR A SITUA¥ÎO COMO
oportunidade, no sentido de buscar pro-
mover possibilidades novas e mais sau-
dáveis para o desenvolvimento familiar,
enquanto outros podem ser acometidos
de transtornos de difícil digestão emo-
cional, além, obviamente, de terem que
lidar com as experiências das violações
dos direitos acerca da manutenção dos
LA¥OSAFETIVOSCOMOSlLHOSCONSIDERADA
de suma importância para o desenvol-
vimento psicossocial destes. Há ainda
QUESTÜESRELACIONADASÌPARTILHADEBENS
que se misturam com as novas demandas
SOBREACONVIVÐNCIAEGUARDADOSlLHOS
GERANDOUMASÏRIEDECONmITOSDELABO
rioso acordo.
/DIVØRCIOÏCONSIDERADOOPONTOlNAL
objetivo de uma relação que terminou. O
TERMOhPONTOlNALOBJETIVOvFOIUTILIZA
do para fazer-nos pensar que é preciso
consciência e discernimento emocional
ACERCADESEUSIGNIlCADOPARACONSEGUIR
fazer um bom divórcio do ponto de vista
subjetivo. Aquele que de fato separa, mas
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