Psique - Edição 156 (2019-02)

(Antfer) #1
82 psique ciência&vida http://www.portalespacodosaber.com.br

psiquiatria forense por Guido Arturo Palomba


Guido Arturo Palomba
é psiquiatra forense e
membro emérito da
Academia de Medicina
de São Paulo.

pode ser dividida em crises epilépticas e
em síndromes epilépticas. Isso quer dizer
que uma pessoa pode ter crise sem apre-
SENTARASÓNDROME ÏOQUEAlRMAM
O fato é que esse movimento “antie-
pilepsia”, ao imitar o movimento “antip-
siquiatria”, conseguiu tirar a epilepsia das
CLASSIlCA¥ÜESDITASOlCIAIS0OREXEMPLO 
NOÞLTIMOCATÉLOGOAMERICANODE#LASSIl-
CA¥ÎODOS4RANSTORNOS-ENTAIS$3-
6 
NÎOHÉUMASØLINHASOBREOTEMA
-ASOhMALSAGRADOv QUEÏOMAIS
antigo, polêmico etc., pune e punirá os
PSIQUIATRASDOSÏCULO88)QUENÎOOAD-
MITIREM%SSAGERA¥ÎO SECONTINUARIG-
NORANDOOPOLIMORlSMODESUASMANI-
FESTA¥ÜESPSÓQUICAS– que leva da imensa
GENIALIDADE6AN'OGH 3CHUMANN -A-
CHADODE!SSIS .APOLEÎO $OSTOIEVSKI
ETC  Ì MAIS HORRENDA CRIMINALIDADE
-ANÓACODO0ARQUE -ONSTRODO4RIA-
NON  -ÏDICO %SQUARTEJADOR  #ONDUTO-
PATA0EDØlLOETC –, será penalizada, no
mínimo, com cem anos de retrocesso,
AVOLTARÌÏPOCAEMQUEAEPILEPSIAERA 
COMOMUITOSHOJEPENSAM MALsine ma-
téria SEMMATÏRIA 
3E A MARCHA DESSA INVOLU¥ÎO CON-
TINUAR ARRISCOTEMERCHEGARMOSÌSFO-
GUEIRASDA)NQUISI¥ÎO3ØQUEAGORAOS
PRIMEIROSQUENOFOGOHÎODEARDERSÎO
OSQUEDEVERIAMSABERQUEEPILEPSIAPSÓ-
QUICAEXISTE MASNÎOSABEM

ARQUIVO PESSOAL/SHUTTERSTOCK

CEREBRALDOSEPILÏPTICOSÏDIFERENTEDOS
OUTROSCÏREBROSDITOShNORMAISvE APAR-
tir daí, sucessivamente vieram estudos de
ALTADENSIDADEACONlRMAROSASPECTOS
MORFOLØGICOSALTERADOSEPRINCIPALMENTE
OSPSICOPATOLØGICOS ATÏENTÎOAINDANÎO
TÎOBEMCONHECIDOS0ORÏM NOlNALDO
século XX, deu-se o movimento antima-
NICOMIAL QUESECONSUBSTANCIANOAPO-
TEGMAQUEAlRMAQUEhDOEN¥AMENTAL
NÎOEXISTEv ÏAPENASUMMITO hCRIANDO
AASSIMCHAMADAANTIPSIQUIATRIAv0ASSA-
dos cerca de dez anos desse fato, nasceu,
ao arremedo daquele movimento, outro
que se pode perfeitamente nominar de
hANTINEUROLOGIAv  O QUAL BRADOU  COMO
MOTEDESUAHISTØRIA QUEhEPILEPSIANÎO
EXISTEv #OMO  ENTÎO  EXPLICAR AS SUAS
MANIFESTA¥ÜESTÎOEVIDENTES
!,IGA)NTERNACIONAL#ONTRA%PILEP-
SIA QUEHOJEATUAEMMAISDEPAÓSES 
EXPÙSQUENÎOSETRATADEDOEN¥A MAS
TÎOSOMENTEDEUMAMANIFESTA¥ÎO QUE

Q


UANDO O HOMEM CONSIDERA-
do “normal” se deparou, pela
primeira vez, com um doente
MENTAL CHAMOU
ODEEPILÏPTI-
CO OUSEJA POSSUÓDOPELODIABOepi, o que
está acima; lepsis ABATERepilepsisABATER
PORCIMA POISACREDITAVAQUEODEMÙNIO
ENTRAVAPORCIMAETOMAVAOINDIVÓDUO 
%SSACONCEP¥ÎODUROUMILÐNIOSE A
BEMVER COME¥OUAMUDARNOSÏCULO
86) QUANDOINICIARAM
SEASPRIMEIRAS
DESCRI¥ÜESCOLETIVASNÎOMÓSTICASSOBRE
ESSE ANTIQUÓSSIMO MAL !SSIM  AUTORES
passaram a descrever o “mal sagrado”
em minúcias, individualizando as suas
FORMASCLÓNICASEAORIGEM BEMCOMOO
PROGNØSTICOEOTRATAMENTO
.ÎORESTADÞVIDADEQUEAMELHOR
ÏPOCADOCONHECIMENTOMINUDENTEDA
epilepsia deu-se no século XX, desde o
SEUDEALVARATÏOlNAL
Foram nas primeiras décadas que vi-
ram, pela primeira vez, que a anatomia

ANTINEUROLOGIA


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