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psiquiatria forense por Guido Arturo Palomba
Guido Arturo Palomba
é psiquiatra forense e
membro emérito da
Academia de Medicina
de São Paulo.
pode ser dividida em crises epilépticas e
em síndromes epilépticas. Isso quer dizer
que uma pessoa pode ter crise sem apre-
SENTARASÓNDROMEÏOQUEAlRMAM
O fato é que esse movimento “antie-
pilepsia”, ao imitar o movimento “antip-
siquiatria”, conseguiu tirar a epilepsia das
CLASSIlCA¥ÜESDITASOlCIAIS0OREXEMPLO
NOÞLTIMOCATÉLOGOAMERICANODE#LASSIl-
CA¥ÎODOS4RANSTORNOS-ENTAIS$3-
6
NÎOHÉUMASØLINHASOBREOTEMA
-ASOhMALSAGRADOvQUEÏOMAIS
antigo, polêmico etc., pune e punirá os
PSIQUIATRASDOSÏCULO88)QUENÎOOAD-
MITIREM%SSAGERA¥ÎOSECONTINUARIG-
NORANDOOPOLIMORlSMODESUASMANI-
FESTA¥ÜESPSÓQUICAS– que leva da imensa
GENIALIDADE6AN'OGH3CHUMANN-A-
CHADODE!SSIS.APOLEÎO$OSTOIEVSKI
ETC Ì MAIS HORRENDA CRIMINALIDADE
-ANÓACODO0ARQUE-ONSTRODO4RIA-
NON -ÏDICO %SQUARTEJADOR #ONDUTO-
PATA0EDØlLOETC –, será penalizada, no
mínimo, com cem anos de retrocesso,
AVOLTARÌÏPOCAEMQUEAEPILEPSIAERA
COMOMUITOSHOJEPENSAMMALsine ma-
téria SEMMATÏRIA
3E A MARCHA DESSA INVOLU¥ÎO CON-
TINUARARRISCOTEMERCHEGARMOSÌSFO-
GUEIRASDA)NQUISI¥ÎO3ØQUEAGORAOS
PRIMEIROSQUENOFOGOHÎODEARDERSÎO
OSQUEDEVERIAMSABERQUEEPILEPSIAPSÓ-
QUICAEXISTEMASNÎOSABEM
ARQUIVO PESSOAL/SHUTTERSTOCK
CEREBRALDOSEPILÏPTICOSÏDIFERENTEDOS
OUTROSCÏREBROSDITOShNORMAISvEAPAR-
tir daí, sucessivamente vieram estudos de
ALTADENSIDADEACONlRMAROSASPECTOS
MORFOLØGICOSALTERADOSEPRINCIPALMENTE
OSPSICOPATOLØGICOSATÏENTÎOAINDANÎO
TÎOBEMCONHECIDOS0ORÏMNOlNALDO
século XX, deu-se o movimento antima-
NICOMIALQUESECONSUBSTANCIANOAPO-
TEGMAQUEAlRMAQUEhDOEN¥AMENTAL
NÎOEXISTEvÏAPENASUMMITOhCRIANDO
AASSIMCHAMADAANTIPSIQUIATRIAv0ASSA-
dos cerca de dez anos desse fato, nasceu,
ao arremedo daquele movimento, outro
que se pode perfeitamente nominar de
hANTINEUROLOGIAv O QUAL BRADOU COMO
MOTEDESUAHISTØRIAQUEhEPILEPSIANÎO
EXISTEv #OMO ENTÎO EXPLICAR AS SUAS
MANIFESTA¥ÜESTÎOEVIDENTES
!,IGA)NTERNACIONAL#ONTRA%PILEP-
SIAQUEHOJEATUAEMMAISDEPAÓSES
EXPÙSQUENÎOSETRATADEDOEN¥AMAS
TÎOSOMENTEDEUMAMANIFESTA¥ÎOQUE
Q
UANDO O HOMEM CONSIDERA-
do “normal” se deparou, pela
primeira vez, com um doente
MENTALCHAMOU
ODEEPILÏPTI-
COOUSEJAPOSSUÓDOPELODIABOepi, o que
está acima; lepsisABATERepilepsisABATER
PORCIMAPOISACREDITAVAQUEODEMÙNIO
ENTRAVAPORCIMAETOMAVAOINDIVÓDUO
%SSACONCEP¥ÎODUROUMILÐNIOSEA
BEMVERCOME¥OUAMUDARNOSÏCULO
86)QUANDOINICIARAM
SEASPRIMEIRAS
DESCRI¥ÜESCOLETIVASNÎOMÓSTICASSOBRE
ESSE ANTIQUÓSSIMO MAL !SSIM AUTORES
passaram a descrever o “mal sagrado”
em minúcias, individualizando as suas
FORMASCLÓNICASEAORIGEMBEMCOMOO
PROGNØSTICOEOTRATAMENTO
.ÎORESTADÞVIDADEQUEAMELHOR
ÏPOCADOCONHECIMENTOMINUDENTEDA
epilepsia deu-se no século XX, desde o
SEUDEALVARATÏOlNAL
Foram nas primeiras décadas que vi-
ram, pela primeira vez, que a anatomia
ANTINEUROLOGIA
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