ANTHONIO - A SUA MAIS NOVA REVISTA - TESTE 2

(O LIVREIRO) #1

levadas em conta. Por exemplo: cachorros
das raças pit bull e rotweiller foram selecio-
nados artificialmente para atuar como cães
de guarda e, via de regra, têm traços mais
territorialistas. O oposto vale para labrado-
res ou golden retrievers, que, geralmente,
são animais de companhia.
Mas nada impede um pit bull de ser dó-
cil; e um golden, agressivo. Vai depender
da hostilidade ou da afabilidade do am-
biente de criação. Bichos de estimação di-
ficilmente são violentos a troco de nada,
ao contrário do que ocorre com humanos.
“Em animais, é muito raro uma agressivi-
dade pura”, afirma Ceres Faraco, diretora
científica do Instituto de Saúde e Psicologia
Animal, o Inspa, em Porto Alegre.
Entre os hábitos bizarros, um dos mais
comuns é a chamada coprofagia — em
bom português, comer cocô. Embora soe
nojento, nem sempre isso é sinônimo de
problema. Filhotes ingerem fezes para
equilibrar a microbiota intestinal, assim
como as mães de algumas espécies fazem
a mesma coisa para manter o ninho lim-
po. Cerca de 50% dos cães tentam consu-
mir seus resíduos em algum momento da
vida, e 28% são efetivamente coprofágicos,
segundo uma pesquisa da Universidade do
Estado do Colorado, nos Estados Unidos.
Além de comerem a própria caca, cachor-
ros são atraídos pelas fezes de gato, ricas
em proteínas, e as de cavalo, que contêm
matéria vegetal com celulose quebrada. O
motivo da comilança fedorenta costuma ser
a má digestão de nutrientes ou a falta deles
na alimentação regular. Como, em tese, os
pets são bem alimentados no contexto do-
méstico, a coprofagia tantas vezes é sinal de
compulsividade e falta de atenção.
Ainda no catálogo de comportamentos
estranhos, entram as feridas por lambedu-
ra. Basicamente, alguns bichos, como cães
e gatos, compensam sua inquietação pas-
sando a língua incessantemente em partes
do corpo, como as patas. A ponto de, infe-
lizmente, machucá-las.


SAÚDE É VITAL • SETEMBRO 2019 • 39
Free download pdf