vida selvagem por diogo sponchiato
extinção
de anfíbios
ataque de um fungo letal já dizimou
espécies e populações de sapos e rãs
É
o maior desaparecimento em massa provocado
por um parasita de que se tem notícia. Um fungo
encontrado no solo e na água e que agride a pele dos
anfíbios levou, entre 1965 e 2015, ao declínio de mais
de 500 espécies de rãs, sapos, pererecas e congêneres
— 90 já estão extintas. Embora a doença tenha se
disseminado pelo mundo, os animais mais atingidos
viviam na américa do sul. a Mata atlântica brasileira
é uma das regiões particularmente devastadas. a
análise e o alerta vêm de um consórcio internacional de
pesquisadores, que publicaram os achados no periódico
Science. Ecologistas mensuram agora até que ponto
as mudanças no ecossistema e as ações do homem
conspiraram a favor do extermínio causado pelos fungos.
todo esse mapeamento também ajuda a eleger medidas
para resguardar os anfíbios ameaçados. Felizmente,
os cientistas já observam que ao redor de 20% das
espécies sobreviventes esboçam sinais de recuperação.
ameaça
viral
Vírus identificado
no sul do Brasil
também coloca
anfíbios em risco
Uma equipe da Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp) flagrou, pela
primeira vez na natureza brasileira,
sapos, rãs e pererecas infectados pelo
ranavírus, elemento potencialmente
fatal para anfíbios. O agente
infeccioso já havia sido detectado
antes em cativeiro. Uma hipótese
é que animais que escaparam de
ranários possam ter levado o vírus
para áreas da Mata Atlântica.
Sapos do gênero
Atelopus estão
entre os mais
vulneráveis à doença
causada por fungos
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