6 • Saúde é vital • 6 Setembro 2019
Com a palavra
H
á milhares de anos, nossos
antepassados passaram a conviver
com cães e gatos, dando início à,
provavelmente, mais sólida parceria
entre espécies da história. tudo
começou para atender a
conveniências: cães ajudavam na
caça e gatos mantinham os roedores
a distância — garantindo também
a própria refeição. a camaradagem
evoluiu e vínculos profundos se
formaram. Hoje os pets conquistaram
o status de membros da família.
muito além das alegrias
cotidianas, conviver com um bicho
de estimação é um privilégio —
pesquisas mostram que isso nos
deixa mais felizes e saudáveis. mas
nessa história nem tudo é amor e
fidelidade. Há também milhões de
animais vivendo e sofrendo em
estado de abandono. o mais
doloroso é saber que boa parte
deles já teve um lar e foi descartada
por seus tutores.
esse fato lamentável é atestado
pela equipe da arca brasil: todos os
dias recebemos chamadas telefônicas
e e-mails de pessoas querendo se
desfazer de seus outrora melhores
amigos. os motivos? doença na
família, dificuldade financeira, falta
de tempo, pouco espaço.... alguns
genuínos, mas a maioria por questões
fúteis. orientamos da melhor maneira
possível, mas não é tarefa fácil
explicar que não há lugar capaz de
acolher, de forma adequada, tamanho
contingente. mais penoso ainda
é tentar reverter a intenção do
abandono, alertando sobre a
dor da separação.
Com a missão de transformar
esse cenário e semear
conscientização sobre as
necessidades e direitos dos bichos,
a arca brasil elaborou, há 20 anos,
os 10 Mandamentos da Guarda
Responsável de Cães e Gatos,
um marco da proteção animal
no país e que não poderia deixar
de aparecer nesta edição:
- antes de levar um pet para
casa, considere que ele pode viver
de dez a 20 anos. Pergunte à família
se todos estão de acordo, se há
recursos para mantê-lo e quem
cuidará dele, inclusive nas férias. - adote animais de abrigos
públicos e privados em vez
de comprar por impulso. - informe-se sobre as
características e necessidades
do cão ou gato escolhido. - Forneça abrigo, alimento
equilibrado, ambiente limpo,
exercícios e rotinas adequados. - Cuide da saúde do animal,
propiciando higiene e consultas
regulares ao veterinário. - Zele pelo bem-estar do bicho e
aprenda sobre seu comportamento. - eduque o animal. Se preciso,
com um adestramento respeitoso. - recolha e descarte as fezes
em local apropriado. - identifique o animal com
plaqueta e registre-o no Centro
de Controle de Zoonoses, adotando
o microchip permanente. - evite as crias indesejadas,
uma das principais razões do
abandono. Castre os machos e
fêmeas em veterinário habilitado.
AMIGO É PARA SEMPRE
Marco Ciampi
é presidente
da Arca Brasil
— Associação
Humanitária de
Proteção e Bem-
-Estar Animal
Marco Ciampi
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