Você S A - Edição 217 - (Agosto 2016)

(BrasilTuga) #1

48 | AGOSTO DE 2016 | VOCÊ S/A


ESPECIAL

Parcerias complementares
Encontrar um parceiro, como fez
Rodrigo, é algo importante para
quem está começando. Isso porque
os jovens (e muitos empreendedores
maduros) precisam entender que
ninguém consegue fazer tudo sozi-
nho. “O empreendedor-herói, aquele
que tem todas as competências ne-
cessárias para tocar um negócio, é
um mito”, diz Marcos Hashimoto,
sócio da escola Polifonia, especia-
lizada em aceleração da liderança,
de São Paulo. O melhor é entender
quais são os seus pontos fracos e
encontrar pessoas que possam com-
plementar essas defi ciências – e que,
claro, acreditem naquilo que você
propõe. “Ninguém consegue ser
grande sozinho, todo empreende-
dor precisa de alguém do seu lado”,
diz Pablo. Um ponto a ser levado em
consideração é a maturidade. Encon-
trar um profi ssional mais experiente
durante a fase de desenvolvimento
do projeto pode gerar bons frutos.
Isso pode, aliás, aumentar a cre-
dibilidade do negócio no mercado.
Rodrigo enfrentou esse problema,
pois sua falta de experiência inibia
os investidores de acreditar na sua
ideia. “Não havia nenhuma empre-
sa no exterior fazendo o que eu
sugeria, e brasileiro é viciado em
copiar o que vem de fora”, afi rma
Rodrigo. Quando isso acontece, é
preciso emprestar a confi abilidade
de outras pessoas. No caso de Ro-
drigo, a saída foi se envolver com
a área de atuação da família, que
possui uma empresa de consulto-
ria educacional. Começar em um
mercado familiar com um público
conhecido aumenta as chances de
sucesso, pois há mais tranquilidade
na hora de negociar e apresentar o
projeto. Afi nal, o empreendedor já
sabe um pouco mais do que está fa-
lando. “As outras alternativas são

iniciar como empregado no setor em
que queira atuar no futuro ou abrir
uma franquia, modelo de negócio
que reduz os riscos”, diz Marcos.

Resiliência e planejamento
Uma das vantagens de empreender
com pouca idade é a possibilidade
de errar sem medo e quantas vezes
for necessário, já que o jovem não
tem muito a perder. “Mas é impor-
tante ver o erro como uma forma de
aprendizado constante e segurar a
a n sied a de”, a fi r m a Pablo. O problema
é quando a ansiedade e o imediatis-
mo – exacerbados na maioria dos
jovens – levam a decisões equivoca-

das. “Essa nova geração não precisa
gastar muito tempo pensando e ana-
lisando demais como faziam as gera-
ções passadas, mas tem que ter um
mínimo de planejamento”, diz Ale-
xandre, da Exboss. É lógico que, para
ter sucesso em um mundo altamente
competitivo como o dos novos negó-
cios de hoje, é necessário desafi ar os
modelos vigentes, ter criatividade e
vontade de executar – mas isso não
pode fazer com que se tire o pé do
chão. “Começar a dar certo não quer
dizer que você não precise de mais
conhecimento”, afi rma Alexandre.
Com entusiasmo e uma boa dose de
resiliência dá para chegar longe.

PRÓS


CONTRAS


OS DOIS LADOS



  • ERRAR RÁPIDO: por estarem em início de carreira, os jovens têm mais
    facilidade em sacudir a poeira e recomeçar quando algo dá errado.

  • ENERGIA ALTA: o entusiasmo é uma característica das novas gerações e,
    se usado com foco, ajuda a conquistar bons resultados.

  • VONTADE DE APRENDER: quem está começando gosta de aprender
    coisas novas e se dispõe a desenvolver novas competências.

  • POUCA EXPERIÊNCIA: não ter tido a vivência no mundo do trabalho
    priva os jovens de referências passadas na hora de decidir.

  • IMEDIATISMO: algumas pessoas não pensam no longo prazo, querem
    resultados imediatos e sofrem quando a empresa demora para engrenar.

  • FALTA DE RECONHECIMENTO: por nunca terem trabalhado, os inician-
    tes não têm glórias passadas e sentem mais dificuldade em conseguir que
    os investidores acreditem em seu potencial.


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