14 PLACAR.COM.BRsetembro 2016
AH, QUANTAS HSTÓRAS HLÁRAS que já contei aqui
sobre colegas jornalistas, hein? Foram casos e causos
de grandes equívocos ou de pisadas de bola de nossa
turma do microfone. Em 1973, estreando no Plantão
Esportivo da Jovem Pan, cheguei a pedir no ar uma
camisa do Brasil “para cobrir o cadáver do ex-lateral
Djalma Santos, atropelado na Via Dutra”. Foi um trote
de um ouvinte por telefone e eu nem sabia ainda o que
era checar uma notícia. Fui suspenso! Mas o pior foi
no Detran, por dois fatos. Quando tocava o telefone da
sala de imprensa eu saía de perto. Com 21 anos (!!!) eu
não sabia qual era o lado da boca e o da orelha.
Também lá poderia ter morrido. Em junho de 1972,
desci do ônibus do outro lado
da Avenida 23 de Maio e fui a
atravessando ‘no peito’.
Consegui avançar duas pistas,
mas as outras, com trânsito
uente e rápido, era
impossível. Aí, voltei até o
ponto de ônibus. Uma senhora
veio, em socorro e bondade, e
indicou a... passarela! Sim, a
passarela, coisa que nunca
tinha visto na vida! Minha vida
que poderia ter acabado ali.
Santa senhora!
CAUSOSDOMILTÃO
Milton Neves
As histórias incríveis, hilárias e
99,3% verdadeiras do nosso futebol Os alto-falantes anunciam:
“O morto ainda não morreu”
Erros? Eita, como errei
©FOTOS REPRODUÇÃO
ANTES E DEPOIS
OSWALDO BRANDÃO
Treinador gaúcho que marcou
época no futebol paulista
completaria seu centenário
este mês. Morreu em 29 de
agosto de 1989.
VACARIA
Ex-lateral esquerdo do
Internacional, bicampeão
brasileiro em 1975 e 1976, Vacaria
morreu em julho deste ano, ao 67
anos, em Canoas-RS.
VAVÁ
O atacante pernambucano,
conhecido como Peito de Aço, que
foi bicampeão mundial nas Copas
de 1958 e de 1962, morreu em
janeiro de 2002, aos 67 anos.
PAULO RUSSO
Filho de ucranianos, Paulo Russo
continua ligado ao vôlei, como
professor de Educação Física.
Ainda é bastante requisitado para
ministrar palestras.
E NÃO É QUE, EM SANTOSSP, MAS UMA VEZ no futebol brasileiro,
agora em agosto de 2016, conseguiram outro dia matar um presidente
que estava vivo? Sim, no estádio Espanha da Caneleira, durante aquele
Jabaquara x Grêmio Prudente, pela Copa Paulista, o locutor do serviço de
alto-falante anunciou a morte do presidente Antônio Gilberto Amaral da
Silva, do próprio tradicional clube da Baixada. Foi obedecido, claro, até
minuto de silêncio pela alma do presidente do Jabuca. Só que ele
estava... vivo! nternado na Santa Casa, soube de ‘sua morte’ e seguiu
na UT (Unidade de Terpia ntensiva). Só que três dias depois, Antônio
Gilberto morreu mesmo, infelizmente.
Mais sorte teve o ex-jogador botafoguense e dirigente do próprio
Fogão e da CBD, Rivadávia Corrêa Meyer. nstalado na Tribuna
de Honra do Maracanã, construção na qual teve importante
participação, Rivadávia, chamado pelos íntimos de ‘Rivinha’,
torcia pelo seu Botafogo contra o Flamengo quando o serviço de
alto-falante informou para a multidão de 200 mil pessoas: “A Suderj
informa aos senhores públicos (sic): morreu Rivadávia Corrêa Meyer,
um botafoguense dos mais ilustres”. Surpreso e assustado, ‘Rivinha’
deu pequenos tapas em seu rosto, beliscou-se e perguntou à esposa
e filhos: “Ei, eu morri?”. Todos balançaram negativamente a cabeça
e lá foi Rivadávia até a cabine de som do Maraca, bem ao lado da
Tribuna de Honra. ‘Explicando’ ao locutor que ele não tinha morrido,
ouviu do funcionário do Maracanã que só estava substituindo o
locutor titular, adoentado, e que errou ‘por inexperiência’, dizendo:
“Deixa comigo, presidente, que vou consertar na hora”. Ligou o
microfone, empostou a voz e mandou para o ar: “Atenção ‘senhores
públicos’, a Suderj informa, Rivadávia Corrêa Meyer não morreu mais.
Ele ‘desmorreu’. Ainda bem!”. E só morreu mesmo em 1966,
merecendo, é claro, um minuto de silêncio em sua homenagem no
primeiro jogo do Fogão após o falecimento de seu saudoso jogador e
presidente. Esses locutores de alto-falantes...
No Detran, dois fatos que
marcaram minha vida
Rivadávia Gilberto Amaral da Silva
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