FILIINIGRANTIUM
INFERNALIUM
«CãesDeGuerra»
Doálbum«FellatrixDiscordiaPan-
tokrator]» [2005]
Jácoma sessãoquaseterminada,
apercebemo-nosquenãotínhamos
aindasacadodenenhumabanda
portuguesaparaosFalcataadivi-
nharem.Assimsendo,lávaimais
um salto de fé (ou falta dela, neste
caso)paraoutroestilo,aindaque
o tesouronacionalquesãoosFilii
NigrantiumInfernaliumdevesseser
universal.Rattus:Ehlá.Queé isto?
Nãoqueriamumabanda
portuguesa?
Inês:Moonspellnãoé...
Rattus:FiliiNigrantiumInfernalium?
João:Quem?
Certíssimo!
Rattus:É umadasbandasque
maisrespeitoemPortugal,em
qualquerestilodemúsica.Nãosó
pelopercursomusical,maspela
atitudedabanda,pelaposturade
não “papar grupos”,pelo pessoal
quesãotodoscincoestrelas...É
umabandacomumpiadão.Eu
conheci-osna altura d’«A Era Do
Abutre»,dadoquesouamigodo
Duarte,e foielequeeditouesseEP
naMonasteriumRecords.Foimais
oumenosnamesmaalturaque
editouosExtremeUnction,saíram
maisoumenosnamesmaaltura.
Aliás,o Duartenessaalturatambém
tocoubaixocomeles,masachoque
já não gravou «A Era Do Abutre».
Obviamentenãoé bandaquetenha
influênciaem Falcata...
Comonão??[risos]
Rattus:...massãoumagrande
banda.[risos]CRO-MAGS
«No One’s Victim»
Do EP «Don’t Give In» [2019]
Nome de culto do hardcore punk
mundial, e de Nova Iorque em
particular, podíamos fazer uma
coisa à Discharge, tocar-lhes para aí
a «We Gotta Know», e todos ficariam
GREENDAY
«GoingToPasalacqua»
Doálbum«1039/SmoothedOut
Slappy Hours» [1991]
Numadeir a váriospontosdo
espectrodo punk, fazemosagora
um pequenodesvio pelo punk mais
“inofensivo”,mais melódico,mas
aindaassimumacenaquenos
anos 90 erariquíssima.OsGreen
Day ficaramgigantes,mas nesta
alturaaindaeramunsputosranho-
sosa tocarmalhinhasorelhudas.
Vejamossenão éaçucar a mais
paraosFalcata.Rattus:[imediatamenteoutravez]
GreenDay!
João:Ehpá,istoé a ondadoRattus!
Punk da praia! [risos]
Rattus:Isto ou é do «Kerplunk»,ou
dooutroanterior,quetemumnome
muitocomprido.
É dessemesmo,é.
Inês:A vozpercebe-selogo...
Sim,mesmosendoantigo,é logo
umgiveaway.
Rattus:Sim,é verdade.Nãosendoa
minha “praia”, respeitoaquela cena
de Berkeleye da LookoutRecords,
queé deondeelesvieram.Adoro
bandastipoosTheQueerse outras
assimmaisRamonianas,porassim
dizer.AlbertFishnoiníciotinhamuitas influências destas bandas da
Lookout, da Califórnia. Eu conhecia
as bandas todas da editora, e isso
incluia aqui os dois primeiros álbuns
dos Green Day. Nunca me disseram
assim muito, mas tem piada. Por
acaso tenho lá um álbum ao vivo
desta fase, um bootleg, a tocarem
em Berkeley, que é muito giro. Isto
ainda era com o baterista anterior,
não era?
Exacto, aqui ainda não é o Tré
Cool.
João: Para quem não gosta de punk
da praia, sabe muita coisa...
Rattus: Eh pá, não metam é mais
heavy metal! [risos]ANTI-NOWHERE
LEAGUE
«I Hate...People»
Do álbum «We Are...The League»
[1982]
Regresso ao punk e regresso a
1982, com os grandes Anti-Nowhere
League, uma banda com quem os
Falcata estiveram à beirinha de ter
tocado no recente Beach, Beer &Chaos de Badalona, mas que infeliz-
mente acabaram por cancelar.Rattus: [ao fim de um segundo] Anti-
Nowhere League!
João: Isto é daqueles acordes!
O que é bom do punk é isto!
Reconheces uma música logo no
primeiro acorde!
Rattus: Um clássico! O Animal é
uma referência também. É mais
uma daquelas bandas que marcou
a segunda vaga do punk inglês. São
fabulosos ao vivo, já os vi algumas
vezes, e acho que são, das que
continuaram e que voltaram, ao
contrário de outras tipo Vice Squad
que se tornaram numa merda ao
vivo, uma das melhores em palco.
Continuam “lá”.
Inês: Tivemos um desgosto com
eles este ano, eles iam tocar ao
Beach, Beer & Chaos e tiveram
que cancelar. Foi à última da hora.
Ainda não os vi, e foi realmente um
desgosto.
Rattus: Ser velho ainda tem
algumas vantagens. [risos] Esta
letra é fabulosa, já agora!felizes. Mas com um EP novo dos
neo-Cro-Mags saído há tão pouco
tempo, a tentação de complicar a
vida a este pessoal é demasiada
para não sucumbirmos.Inês: O Nelson tinha acertado isto
tudo em cinco segundos, mais uma
vez.
João: Mas eu estou a conhecer a
voz do gajo.
O Rattus entretanto vai puxando
pela cabeça em silêncio. Isto está
a ringing bells lá dentro.
Rattus: Está, por acaso está, mas
não vou chegar lá. É-me familiar,
mas não estou a situar.
[o tema termina, mas quando
estamos prestes a pôr um mais
“adivinhável...]
João: Espera lá que eu conheço
aquilo. Era a voz do Harley
Flanagan.
Mesmo a tempo!
Rattus: Mas não era Cro-Mags, ou
era?
Era um tema novo.
Rattus: Ahhh... Não ouvi ainda.
João: Está muito bom! Bem me
parecia que estava a conhecer,
mas como é um tema novo, eu
ainda não o ouvi muito ainda.
O «Age Of Quarrel» é que é um
clássico... quem é que não o
conheceria? Aqui em Portugal é
que nunca houve grande cena com
esta banda.
Rattus: Eu respeito, reconheço que
é uma banda de referência, mas a
mim nunca me chegou muito.
Inês: Pois, a mesma coisa aqui.
Rattus: É uma banda um bocado
“difícil”, tipo Bad Brains, quando
entra, adoras, mas se não entra, és
capaz de odiar aquilo. E por falar
neles, aquelas cenas mais antigas
dos Cro-Mags, com aquela dicção
mais rápida, até me lembram nesse
aspecto os Bad Brains. Esta música
nova até nem me estava a soar a
Cro-Mags, parece uma vocalização
mais corrida.
João: Eu só ouvi o EP uma vez e já
serviu para alguma coisa! [risos]Como nem tudo são facilidades,
nem nós nos cingimos apenas ao
background dos músicos, vamos
agora saltar fora do punk totalmen-
te, e para um clássico do heavy
metal. Vamos lá ver até que ponto
é que o crossover de gostos dos
Falcata chega.
Rattus: Isto é T.S.OL., não?
Não, mas tem piada a associação.
João: Eu ouço grilos, na minha
cabeça...
Rattus: É americano?
João: Não, este sotaque não é.
Inês: Tem uma vibezinha a Maiden.
De facto tem!
João: A música tem quanto tempo?
São três minutos e meio, mas não
se preocupem que há mais de onde
esta veio. Daqui não saímos até
alguém acertar.
Rattus: Isto realmente não tem nada
a ver com T.S.O.L.. [risos]
Inês: O Nelson [Saavedra, baterista
dos Falcata] é que devia estar aqui,
ele já tinha adivinhado.
[toca-se a «Painkiller»]
João: É Anthrax, não?
Rattus: Não, pá...
Ó Rattus, mas mesmo sem
conhecer, estás a odiar, ou não?
Estás meio desconfortável com
esta metalada?
Rattus: Não estou a odiar, mas...
[toca-se, em algum desespero, a
«Breaking The Law»]
João: Eh pá, isto é conhecido, para
mim.
Inês: Pois é, meu!
João: É Black Sabbath, para aí, não?
Inês: Não, nada a ver. Breaking the
law, breaking the law... É Judas Priest!
Aleluia!
Inês: Teve que ser a bebé! [risos]
Que vergonha!
Depois deste filme todo,
imaginamos que não têm grande
coisa a dizer dos Judas Priest.
Há alguma banda deste estilo que
vocês curtam?
Inês: Maiden, Black Sabbath... Judas
Priest já não, realmente.
Rattus: Too much calça de napa?
[risos]