Agora compare essa pessoa a alguém no carro ao lado que liga o rádio e decide cantar
junto com algumas de suas músicas prediletas enquanto espera. Ele pensa Chegarei lá quan-
do der e usa seu tempo e sua energia sabiamente, por ter a noção de que não tem controle
sobre quando o trânsito vai começar a andar de novo. Em vez disso, diz a si mesmo: Há mi-
lhões de carros nas ruas todo dia. E às vezes isto acontece mesmo.
Qualquer um dos dois poderia escolher fazer algo diferente no futuro para evitar o engar-
rafamento. Poderiam sair mais cedo, usar uma rota diferente, utilizar transporte público, ver as
informações do trânsito antes ou mesmo começar um movimento para tentar mudar a malha
urbana. Mas, por enquanto, eles só têm como escolha aceitar que estão presos em um con-
gestionamento ou se concentrar na injustiça desse fato.
Você pode escolher aceitar a situação em que está, mesmo que não goste dela. Pode
aceitar que seu chefe é malvado, que sua mãe não aprova suas decisões ou que seus filhos
não são ambiciosos. Isso não significa que não possa se esforçar para influenciá-los a mudar
de comportamento, mas sim que você pode parar de tentar obrigá-los a agir do seu jeito.
ABRIR MÃO DO CONTROLE
TORNA VOCÊ MAIS FORTE
Aos 18 anos, Terry Fox foi diagnosticado com osteossarcoma. Os médicos amputaram
sua perna, mas advertiram que sua chance de sobrevivência era de apenas 50%. Também
deixaram claro que houvera grandes avanços no tratamento do câncer nos últimos anos. Há
dois anos, a taxa de sobrevivência para aquele tipo de doença era de apenas 15%.
Três semanas depois da cirurgia, Fox já caminhava com a ajuda de uma prótese. Seus
médicos perceberam que sua atitude positiva muito provavelmente influiu na rapidez de sua
recuperação. Ele passou por dezesseis meses de quimioterapia e, durante esse tempo, co-
nheceu outros pacientes que estavam morrendo de câncer. Quando o tratamento terminou,
resolveu divulgar a necessidade de mais verbas para a pesquisa da doença.
Na noite antes de ter a perna amputada, Terry lera uma matéria sobre um homem que
havia corrido a maratona de Nova York com uma prótese. O artigo o inspirou a começar a cor-
rer assim que estivesse fisicamente capaz. Ele correu a primeira maratona na Colúmbia Britâ-
nica e, embora tenha terminado em último lugar, foi recebido com muito apoio na linha de
chegada.
Depois de completar a maratona, Fox criou um plano de arrecadação de fundos. Ele de-
cidiu atravessar o Canadá correndo uma maratona por dia. De início, esperava arrecadar um
milhão de dólares, mas logo começou a mirar mais alto. Queria levantar um dólar por pessoa
no país – num total de 24 milhões de dólares.
Em abril de 1980, começou seu projeto de correr mais de quarenta quilômetros por dia.
Seu apoio aumentou com a divulgação da notícia. As comunidades começaram a preparar
grandes recepções para comemorar sua chegada na cidade. Pediam que discursasse, e a
quantia de dinheiro arrecadado cresceu ainda mais.
Terry correu 143 dias direto, o que foi impressionante. Mas a corrida chegou ao fim
quando ele ficou sem fôlego e sentiu dores no peito. Foi levado ao hospital e os médicos con-
firmaram que o câncer havia retornado e se espalhado para os pulmões. Ele foi forçado a pa-
rar depois de ter corrido mais de 4.500 quilômetros.
Quando foi hospitalizado, havia levantado 1,7 milhão de dólares. Mas ganhou apoio ain-
da maior quando souberam de sua internação. Um teleton de cinco horas arrecadou 10,5 mi-
lhões. As doações continuaram e, na primavera seguinte, já tinham chegado a mais de 23 mi-