IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

traria enormes vantagens à família militar, obrigada a matricular seus filhos em colégios militares de
outras áreas, na ansiosa busca de um ensino mais consistente e de uma educação de caráter cívico
com base na disciplina e na responsabilidade, sem deformações pedagógicas, tal como a entendemos



  • nós militares - deva ser ministrada à juventude que erigirá o Brasil em grande potência.


Considerei, por tudo isto, imprescindíveis as edificações destes nosocômio e estabelecimento de
ensino, empenhando-me para iniciá-las prioritariamente.


Estava, todavia, sofrendo o castigo do mitológico Sísifo; não conseguia levar ao cume desejado
o planejamento das aspirações do Exército, que rolava sempre, pela vertente das incompreensões,
traduzidas, na prática, pelo irrespondível argumento da falta de recursos. No entanto, o único crime
existente era o de pretender dar à nossa Força Terrestre a estrutura e os meios para torná-la, na
realidade, eficiente.


Sobreveio então a idéia, posteriormente efetivada, da criação da Comissão Executiva da
Alienação de Imóveis (Ceai).' 0 Exército iria financiar suas próprias necessidades, abolindo
despesas dispensáveis, alienando os imóveis comprovadamente inservíveis para fins militares, e
constituindo, assim, uma reserva financeira que permitisse tais realizações. Vender-se-ia o
imprestável para obter o indispensável, sem prejuízos para o nosso patrimônio, visto que seria
substituído o supérfluo pelo essencial, sem perda de valorização. A lei autorizava esse
comportamento.


Foi esta a política que me facultou atender prementes exigências, em particular dos corpos de
tropa, cujos comandantes, asfixiados por medidas tomadas no setor de provimento logístico que,
embora não errôneas, eram absolutamente extemporâneas, pelo rigor com que foram aplicadas, numa
fase de transição de um sistema consuetudinário para outro mais racional e moderno, lutavam para
bem administrar suas organizações.


O Exército, não erro em dizer, neste período em que estive como seu ministro, pouco ou quase
nada recebeu do governo, além das raquíticas verbas orçamentárias que, depreciadas pelas
restrições dos diferimentos, cresciam ano a ano em desconexão com o aumento de preços dos artigos
a adquirir, subindo estes em progressão geométrica e aquelas em progressão aritmética. Sacrificava-
se desta maneira uma Força que, secularmente, pugna pela unidade da Pátria, pela ordem e segurança
do país, enquanto bilhões de cruzeiros, tão escassos naquela época, mereceriam, em 1977, referência
especial de ilustre e jovem deputado do partido governamental' que em pronunciamento no
Congresso disse: "O Governo informou ter gasto mais de 18 bilhões para salvar instituições
financeiras falidas, até o último mês de março, além do que desembolsou com a intervenção no
conglomerado de empresas recentemente arruinado. Bilhões da poupança popular são entregues a
aventureiros apadrinhados dos tecnocratas e também seus sócios para atividades especulativas e se
perdem para sempre, sem retorno, nos subterrâneos do amoralismo instituído com o nome de
`Milagre Brasileiro'."


Iniciei, em julho, as visitas às organizações militares, acompanhado do Chefe do Estado-Maior
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