IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

subversão, no início do ano de 1975, continuava contida, mas não estava debelada.
Entretanto, as promessas da política de distensão e a ação pertinaz do Movimento Comunista
Internacional estimularam-na e deram-lhe novo alento.


Os órgãos de comunicação, explorados pelos marxistas e seus simpatizantes, martelavam os
ouvidos públicos com decantados e repetidos jargões, numa bem orientada campanha psicológica.


A descoberta e o desmantelamento de gráficas do Partido Comunista Brasileiro, no Rio de
janeiro e em São Paulo, evidenciaram a continuidade da ação subversiva, mas constituíram sério
golpe na propaganda comunista.


Apesar disto, intensifica-se a virulência dos ataques aos órgãos de segurança, acusando-se
abertamente seus integrantes de torturadores e assassinos, numa das mais vis e covardes imputações
feitas a homens que, sem medir esforços nem temer perigos, lutavam pela preservação do regime
democrático e pela conseqüente tranqüilidade da família brasileira.


É triste reconhecer, contudo, que tais calúnias deram seus frutos, pois a palavra militar foi muitas
vezes posta em dúvida ante declarações de criminosos que mataram, seqüestraram, roubaram e
conspiraram contra o regime, tudo sob orientação alienígena.


Muita razão tinha Beaumarchais, um entendido no assunto, segundo historiadores, quando dizia:
"Caluniai, porque sempre fica alguma coisa." Comandei o 1 Exército durante dois anos e meio. Raro,
muito raro mes mo, foi o dia em que não compareci às prisões para inspecioná-las e não me cansei
de, freqüentemente, à noite, visitá-las. Dois médicos examinavam diariamente os detidos e faziam,
para cada um deles, relatórios minuciosos sobre suas condições de saúde. Qualquer lesão física, por
mínima que fosse, deveria ser explicada. Nunca vi nem soube da prática de violência, torturas ou da
existência de aparelhos que as permitissem. Todavia, vi presos, por ocasião de interrogatórios,
insultarem meus oficiais com palavras do mais baixo calão e soube de muitos que, para provocá-los,
cuspiam-lhes nas faces.


Os militares, obedecendo determinações superiores, dominavam-se e não revidavam. Alguns
deles que perderam o controle e responderam, no mesmo nível, foram, por mim, severamente punidos
e transferidos. Disse-lhes, muitas vezes, que evitassem a violência, porque seria paradoxal defender
a Democracia usando métodos totalitários.

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