que a isenção só surge com o crescer do tempo - da realidade vivida e do procedimento dos que a
viveram.
Isto nos conduzirá a digressões inevitáveis no reavivar do caso, dele reunindo fragmentos
abandonados por inexplicável prevenção dos julgadores ou perdidos pela precipitação do julgar,
para reconstituí-lo sob dados mais sólidos.
A BUSCA DAS INFORMAÇÕES
O combate às ações subversivas, vulgarmente denominado repressão, origina-se na INFORMAÇÃO,
cuja busca exige fatigantes e difíceis trabalhos e, com freqüência, delicadíssimas operações. A
informação - notícia que, quando duvidosa, incompleta ou pendente ainda de confirmação, recebe o
nome de INFORME - constitui-se no elemento fundamental de qualquer decisão. Em certas
circunstâncias seu valor é imensurável, sendo obtida a preços altíssimos.
As nações desenvolvidas, em especial as grandes potências, possuem órgãos de informações
bastante aprimorados, como o são a KGB russa, a CIA americana e o IS inglês. Estes órgãos, de
atividades sigilosas e complexa estrutura, são muito dispendiosos, visto que a informação tornou-se
uma mercadoria caríssima, com a particularidade de nem sempre ser paga em moeda corrente,
admitindo outros tipos de compensação. De qualquer modo sorvem abundantes recursos.
Emerge, destas simples considerações, a ilação de que um sistema de informações amplo,
organizado e eficiente é, praticamente, privilégio dos países desenvolvidos.
Homens selecionados ou premidos por imperativos de diversas ordens - entre os quais são
encontradiças razões morais ou econômicas - empregados neste mister arriscado e secreto, de obter a
informação, formam o "corpo de agentes". Estes elementos, conhecidos sob a designação genérica e
depreciativa de espiões, vão se embrutecendo, lenta e gradativamente, no desempenho de suas
missões, o que lhes traz, infalivelmente, em tempo imediato ou remoto, o abandono de todos os
preceitos da ética moral adotada pelos homens de bom caráter.
O agente internacional não tem escrúpulos nem hesita na escolha de tortuosos e criminosos
caminhos para atingir seus objetivos. É um homem de mentalidade mercenária, capaz de tudo, até de
servir, na mesma ocasião, a dois senhores em confronto.
Ao tempo em que comandava o 1 Exército, conheci um deles, o francês Jean Pierre, ex-agente do
serviço de informações da França, preso no Rio de janeiro a pedido de autoridades estrangeiras por
estar comprometido no tráfico de entorpecentes. O Delegado da Ordem Política e Social do antigo
estado da Guanabara, temendo o matassem ou lhe dessem fuga, estando em prisão comum, pediu
ficasse, por segurança, no 1 Exército.
Espião, assassino e traficante, apontado como participante da operação que eliminou e denunciou