IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

salutar divulgar. Contoume um oficial-general que o assistiu e poderá repeti-lo aos eventuais incréus.


Discutia-se a atitude a tomar no exato momento do choque com o chefe marxista. Perguntou um
oficial ao seu colega, de hierarquia superior, incumbido de ditar orientação, se o intuito era eliminar
o subversivo logo que fosse enfrentado ou prendê-lo, de qualquer maneira. O dirigente, então, para
sentir a opinião do grupo composto de mais de uma dezena de oficiais, quis ouvi-los um a um.


Todos, sem a mínima hesitação, recusaram-se a tomar a iniciativa de alvejar Marighella com a
intenção de matá-lo. Estavam acordes em aprisioná-lo, ainda que a viva força, mas somente usariam
suas armas em caso de defesa pessoal, se o terrorista em reação os alvejasse.


Orgulho-me, como militar, de narrar este fato!

Conhecidos os hábitos de Marighella, apertou-se o cerco para prendê-lo. Não se tinha muitas
ilusões quanto ao caráter do encontro; iria ser violento. O homem que, com fanatismo, instigara seus
correligionários a praticar crimes, a derramar sangue, que aconselhava destruir para construir, não
iria se deixar apanhar de improviso, como um contraventor comum.


O desfecho chegou quando uma equipe mista de militares e policiais civis, desfrutando de
informações muito precisas, surpreendeu e tentou deter o chefe terrorista e os homens de sua guarda
pessoal. Houve luta, tiroteio, prisões e mortes. Entre os mortos estava Marighella.


Após isso, como revide, os comunistas assassinaram o industrial norueguês Boilesen, acusando-
o de ter cooperado com os órgãos da repressão.


A infiltração marxista no meio militar, indicada pelo Movimento Comunista Internacional como
de máximo interesse, pressentida desde 1969 na Polícia Militar do Estado de São Paulo, aumentava
as preocupações das autoridades estaduais e federais.


Essa luta contra a subversão organizada, empreendida inicialmente por iniciativas dos comandos
de área, além de violenta e cruel, custou-nos, até junho de 1970, consoante dados dignos de crédito, a
perda de 153 homens, dos quais 29 mortos e 124 feridos, sem considerar neste número 78 vítimas
civis acidentais. Os terroristas roubaram ou, para usar sua cínica linguagem, "expropriaram os cofres
burgueses" em quase oito milhões de cruzeiros.


Suas perdas, contudo, dado ao feitio inesperado de suas ações, foram bem menores do que as
nossas e não excederam a 27.


Os resultados da Operação Bandeirante no controle e contenção da subversão em São Paulo
atraíram a atenção do Comando do Exército, e um dos subchefes do Estado-Maior do Exército
visitou o II Exército e examinou os diferentes aspectos da repressão, dentro das medidas e estruturas
adotadas.2


Aproveitando muitos dos ensinamentos colhidos dos trabalhos e estrutura da Oban - presume-se
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