IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

ANEXO A


Palestra de outubro de 1970 no Comando do II Exército

A subversão e o terrorismo na área do II Exército



  1. Introdução


Cumprindo determinação do Exmo. Senhor General Comandante do II Exército, tenho a grata
satisfação de usar da palavra para, numa sucinta palestra, mostrar-vos a subversão e o terrorismo na
área do II Exército.
Sinto-me desvanecido pela oportunidade de, como Chefe da 2' Seção do EMG do II Exército,
mostrar-vos o trabalho persistente e anônimo empreendido pelo nosso Exército, no sentido de
minorar as ações subversivas e terroristas, na área de nossa responsabilidade.



  1. Antecedentes


Em abril de 1967, começaram a surgir as primeiras divergências nas hostes do Partido Comunista,
quando, de um lado, CARLOS MARIGHELLA e seus seguidores defendiam a tese de que era
necessário adotar a "Luta Armada" e, do outro, Prestes e seus adeptos pugnavam pelo seguimento da
linha pacífica, ambas porém, visando o mesmo objetivo - a derrubada do governo e implantação do
comunismo no Brasil.
Ocorreu em conseqüência a cisão, surgindo a já muito conhecida Ala Marighella, que mais tarde
passou a denominar-se Ação Libertadora Nacional. Marighella, após comparecer à reunião da
Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) em Cuba, de 27 de julho a 3 de agosto de
1967, trouxe novas instruções que vieram alterar o panorama da subversão em nosso país. Alguns
grupos foram organizados e estimulados a agir, com o objetivo de, através de ações subversivas e
terroristas, criar condições para o desencadeamento de Guerra Revolucionária.
Embora esses grupos subversivos terroristas tenham surgido com a mesma idéia final, algumas
dissensões internas em cada um impediram a união total, apesar de hoje ter-se conhecimento das
chamadas "frentes" formadas para ações específicas.
A grande campanha de catequização posta em prática sensibilizou o meio universitário, que por
sua vez realizou, no ano de 1968, as passeatas, os comícios relâmpagos, a tomada de Faculdades, a
tentativa de realização do Congresso da ex-UNE, ações nitidamente subversivas, e hoje pode-se
caracterizar a presença de um número imenso de jovens universitários participando dos diversos
grupos subversivos e terroristas.
O quadro subversivo-terrorista na Grande São Paulo tomou um grande vulto durante o ano de
1968 e continuou em atividade durante o ano de 1969. Contavam os diversos grupos subversivos e
terroristas com dois fatores importantes para o desencadeamento de suas ações: a iniciativa e a
surpresa. Dessa forma sucediam-se os assaltos e atentados, que vinham intranqüilizando a opinião
pública, especialmente o meio empresarial de São Paulo, criando uma imagem negativa das
autoridades responsáveis pela segurança interna na área.


A gravidade do quadro em São Paulo levou o general CANAVARRO, logo ao assumir o
Comando do II Exército, a determinar o estudo para o estabelecimento de uma estrutura dinâmica

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