- Reformas política e da Justiça.
Quanto à reforma política, acho que é melhor deixar o Congresso fazer. Isto [está ocorrendo] porque
a oposição foi responsável por tudo. Acho que as reformas políticas devem ser do Congresso. [As]
decisões devem ser tomadas em função da política interna (como [disseram] o Silveira e o
Simonsen). Cabe-nos reduzir ao mínimo as reações. Estudei as três soluções e dentro delas as
alternativas: fazer a Reforma do Judiciário sem as reformas políticas ou fazê-la com as reformas
políticas e outras ainda que se tornem necessárias. [É preciso] ressaltar que é um dispositivo
constitucional e reduzir o prazo de recesso.
- Ministro do Interior [Rangel Reis]:
Seria normal ao povo brasileiro ver o Congresso Nacional examinar os projetos mas, em face do
Congresso não ter solucionado, estou de acordo que seja a 3s [solução] com medidas políticas.
- Ministro das Comunicações [Euclides Quandt]:
Acha que a Reforma do Judiciário não justifica a aplicação de medidas de exceção, pois seria uma
prova de fraqueza. Por outro lado, vê na rejeição da Reforma do Judiciário a intenção de não mais
[se] aprovar o que for proposto. Está pois de acordo, não só pela Reforma do Judiciário, mas pelas
conseqüências. Vê, além da aprovação da Reforma do Judiciário, a de outros projetos de aspectos
políticos indispensáveis, em particular aqueles que não agradarem ao congresso. É a favor.
Está de acordo com o Ministro das Comunicações. A tomada do processo legislativo pelo Governo
deve ser curta. Está em tese [de acordo] com o [Ministro das] Comunicações, pois o MDB está
contestando a Revolução. A retomada da contestação é clara. Logo, se não tomarmos uma decisão,
será uma abertura ao processo contestatório. De acordo com a solução 3. Tudo, no entanto, tem o seu
preço. O processo francês permite uma consulta à Nação. [Deve-se] aproveitar o recesso para
[implementar] as medidas necessárias também políticas. [0 recesso] deve ser curto e [baseado] na
justificativa constitucional. [Deve-se dar uma] explicação à opinião pública.
- Chefe da Casa Militar [general Hugo Abreu]:
A consideração do Simonsen de que a Constituição dá ao Presidente da República o direito de fazer
isto é certa. Está de acordo com o recesso.
- Chefe da Casa Civil[general Golbery]:
Está de acordo. Já disseram que dentro de cada solução há alternativas. Urge que se aproveite para
realizar todas as leis - políticas além da Reforma do Judiciário - para permitir a continuidade
revolucionária. Falou na hipótese do [ministro] Araripe (maioria). É esta a oportunidade de fazer
tudo.