apenas existe um caminho correto de o homem destacar-se no seio da coletividade em que vive: a
estrada do mérito próprio percorrida com honra.
Detrair competidores pode abaixar-lhes o nível, porém, moralmente, não eleva o detrator.
Os contemporâneos, pelas pressões e influências conjunturais, não julgam em definitivo; a
inapelável sentença sobre os homens é dada pela posteridade, no julgamento da História.
Partidários do general Figueiredo - não podiam ser outros - lançaram-se afoitamente pela senda
tortuosa e lamacenta da maledicência e da calúnia, visando a denegrir os possíveis opositores do seu
ídolo de pés de barro.
O SNI exercia severa vigilância sobre os oficiais-generais e civis papáveis, devassando-lhes a
vida íntima e fiscalizando seus atos públicos. Uma frase de sentido dúbio, o comparecimento a
reuniões sociais, uma visita a qualquer instituição ou a homens da esfera política eram logo
explorados junto ao presidente por aquele órgão.
Reavivo o que já citei sobre a recepção do deputado Amaral Netto, e a ida ao Congresso - na
homenagem prestada a Caxias - e as visitas às guarnições militares para inspecionar a tropa. Nestas
ocasiões, não faltavam observadores acurados, propensos a ver comportamentos irregulares e
tendenciosos naquilo que era imposto pela função. Cartas difundindo fatos ocorridos, porém
habilmente deformados, inundavam os quartéis sob nomes de remetentes falsos. Chegou-se às ruínas
da moralidade quando, por este mesmo processo, visando claramente a fins políticos, folhetos
insultuosos aos generais chegaram às organizações e unidades militares. Entre os numerosos
exemplos destas infâmias, destacarei um que objetivava, exclusivamente, atingir o ministro,
babujando-lhe a reputação de soldado íntegro e homem avesso à covardia.
Uma reprodução desse folheto - se a repugnância permitir lê-lo todo - facilitará uma
compreensão mais exata de como o paul da politicagem corrói e torna pestilento o procedimento
militar.'
A realidade, no entanto, foi bem diferente.
Em 1932, egressos da Escola Militar do Realengo, quatro aspirantes a oficial da Arma de
Cavalaria, beneficiados por sua classificação na turma, escolheram o 1° Regimento de Cavalaria
Divisionário - os Dragões da Independência - para iniciar sua carreira no oficialato. Estava incluído
neste número.
O período era difícil, pois as seqüelas da Revolução Constitucionalista, ainda não curadas,
atormentavam o governo, predispondo-o à tolerância.
O nosso regimento combatera pela legalidade, atuando com êxito no vale do rio Paraíba. Ao
término do conflito, um de seus esquadrões foi destacado para Pirassununga, visto que a unidade de