IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

fraudes, adia para o ano seguinte o exame destas irregularidades. Ficam, deste modo, bloqueadas
quantias cujo emprego, por irregular e não esclarecido, dependem da aprovação daquele Tribunal.


No Exército, esta situação perdurava, em 1977, havia mais de 11 anos, havendo processos a
julgar desde 1966, como se verifica no quadro que transcrevo:


No ano de 1977 não houve, portanto, desfalques ou desvios de recursos públicos, como
erroneamente interpretaram alguns jornalistas, nem a parcela não aprovada pelo TCU dizia respeito
somente àquele ano. Representava, isto sim, um somatório das irregularidades levadas à decisão
judiciária, desde 1966, as quais permaneciam ainda pendentes de julgamento definitivo.


Houve jornalistas, na ânsia de criticar e desmoralizar a administração pública, que chegaram ao
extremo de lembrar que as cadeias estavam vazias e os ladrões soltos, numa alusão clara aos
responsáveis pelas gestões dos ministérios.


Entretanto, os acusados de roubo foram submetidos a inquérito e apresentados ao Tribunal para
que se definisse a culpabilidade de cada um.


O Exército, recusando-se a prestar esclarecimentos aos jornalistas sobre a não-aprovação das
contas no valor de Cr$2.548.603,32, não foi feliz, porquanto permitiu que se admitisse ter o TCU
encontrado, no mínimo, irregularidades no nosso balanço de 1977. Há ainda a hipótese de ter agido
dessa maneira para que se acentuassem as dúvidas sobre a administração anterior, isto é, a do
general Sylvio Frota. Esta hipótese não é improvável, considerando-se o modo de agir dos homens
do governo.

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