MATÉRIA DE CAPA
POR ÉRICO ELIAS
om o desenvolvimento recente
dos smartphones, criou-se uma
legião de potenciais fotógrafos de
rua. Milhões de imagens são feitas
diariamente nas cidades ao redor do mundo
e compartilhadas via redes sociais. Mas não
basta sair disparando por aí para praticar o que
é internacionalmente conhecido como street
photography. Segundo o inglês David Gibson,
criador do Manual do Fotógrafo de Rua, a
especialidade não é um conceito ou um campo
definido, mas uma atitude.
Diz respeito essencialmente à relação do
fotógrafo com o ambiente urbano – e muitas
iniciativas são possíveis nesse contexto. Gibson
afirma que o fotógrafo pode optar por passar
despercebido, “roubando” imagens de forma
sorrateira, ou pode interagir com as pessoas e
chamá-las a participar, criando ambiguidades
entre o espontâneo e o encenado. Ensina
também que nem sempre as pessoas são
o principal foco. Há fotógrafos de rua que
trabalham com texturas, grafites, cartazes,
anúncios, vitrines, elementos arquitetônicos,
placas e sinalizações de trânsito.
A paisagem urbana é densamente
povoada não apenas de pessoas, mas também
de elementos visuais. Alguns trabalhos se
concentram exatamente na interação entre
o elemento humano e a paisagem urbana,
explica Gibson. E, na relação entre fotógrafo e
ambiente urbano, o equipamento entra como
um elemento fundamental. Não é preciso
o melhor, ao contrário, diz ele. Muitas vezes
o mais simples, compacto e leve tem larga
vantagem. O importante é ter velocidade no
foco e no disparo. Já a intimidade com a câmera,
a ponto de usá-la com rapidez instintiva, só se
conquista com a prática constante e sistemática,
complementa o especialista inglês.
Descubra o dinâmico
universo da street
photography com
as dicas de quatro
feras: David Gibson,
Alexandre Urch,
Guillermo Franco e
Melvin Quaresma
C
No olho
da rua
Cena de rua
registrada por
Alexandre Urch
em São Paulo (SP)