Fotografe - Edição 279 (2019-12)

(Antfer) #1
Acima, passeando
na rua Baxter,
Little Italy, Nova
York, EUA, em
1978, imagem
da série As
meninas da rua
Prince; ao lado,
Myra e amigas
fotografadas
em Greenville,
Carolina do Sul,
EUA, em 1974,
para a série
Retratos na
varanda

na Turquia, no Irã, na Síria e no
Iraque. Na primeira fala, ela mal
conteve as lágrimas ao dizer que,
no momento em que estava ali, os
americanos haviam retirado suas
forças militares da fronteira entre
Síria e Turquia, abrindo caminho
para uma ofensiva dos turcos, que
querem dominar à força a região
controlada pelos curdos.
Esse envolvimento com a causa
curda começou em 1991, quando


a fotógrafa da lendária agência
Magnum entrou no Iraque para
registrar as aldeias destruídas pelo
ditador Saddam Hussein na ofensiva
de Anfal, em 1988. Ao retornar ao
Iraque em dezembro de 1997 com
o antropólogo forense Clyde Snow,
ela documentou a exumação dos
restos mortais de curdos enterrados
em massa (muitos, vítimas de armas
químicas). É dessa viagem que surge
o livro Kurdistan, in the shadow of

history (Chicago Press, 2008).
Ela diz que o conteúdo de sua
mostra certamente não tem um
impacto profundo na situação dos
curdos, mas com a disseminação
da informação sobre eles sendo
mais ampla, ajuda as pessoas a ter
uma compreensão geral sobre suas
reivindicações. “O povo do Curdistão
hoje entende melhor as coisas, mas
não vai parar de cair bombas em
cima deles”, comenta.

Fotos:

Susan Meiselas
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