Fotografe - Edição 279 (2019-12)

(Antfer) #1

RETRATO


Anualmente, o Cia. da Hebe realiza
os Encontros de Criação Fotográfica,
que são 24 ao longo do ano. Durante
o processo, os participantes partem
de reflexões coletivas para depois

Autorretrato de Aline
Inácio: gênero é um dos
mais praticados pelos
integrantes do coletivo

O Cia. da Hebe vem
transformando vidas, conforme
é possível perceber pelo relato
de alguns participantes. Rita
Maia, de 57 anos, entrou para o
coletivo em 2017 e sequer sabia
fotografar. Com o tempo, além
de fazer fotos, passou a realizar
colagens e intervenções com o
uso de panos, linhas, impressões,
xerox, palavras e desenhos.
“O coletivo me encorajou
a desenvolver uma maneira de
trabalhar a fotocolagem. Aprendi
que fotografia não é somente olhar
e apertar o botãozinho. Tem tantas
coisas envolvidas, o contato com o

outro, o ângulo, a iluminação. Não
sabia nada disso. Outro dia fiquei
muito feliz quando pude realizar
um exercício de cor, prestando
atenção no ônibus circular que me
levava para a casa”, conta Rita.
Leticia Lunga, de 22 anos,
entrou no coletivo em 2018.
Ela, que gostava de fotografar
natureza e pássaros, diz que a
experiência no grupo mudou seu
estilo e abriu sua percepção para
as pequenas coisas do dia a dia.
“Descobri muito nos autorretratos,
descobri a fotografia e a mim
mesma. É bonito quando você
mostra um trabalho pessoal para

Transformação de vidas


NA BASE DOS ENCONTROS


Foto do grupo em
frente ao casarão da
família Sucupira, em
Espírito Santo do
Pinhal (SP)

aprofundar os trabalhos individuais. Ao
final, retornam com as produções para
debater e finalizar. João Barim ensina
a técnica enquanto Monica Sucupira
e Tika Tiritilli trabalham o processo

o grupo e os demais participantes estão
interessados em ouvir e compartilhar,
pensar, repensar, ver de novo... é
quando realmente acredito que a arte
transforma”, afirma.

arte
Os encontros
do coletivo
estimulam nos
participantes
a expressão
pessoal

Aline Inácio

João Barim
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