Fotografe - Edição 281 (2020-02)

(Antfer) #1

20 Fotografe Melhor no 281


FOTOGRAFIA & AVENTURA


Caçar a cavalo
com a ajuda de
águias treinadas
é uma tradição
secular na
Mongólia, país
de forte cultura
nômade que
só se abriu ao
mundo moderno
em 1992

O fotógrafo conta que a logística aérea
tem várias escalas, pois não existem voos
diretos Brasil-Mongólia. A opção escolhida
por ele e seu grupo foi ir até Paris, França,
e de lá embarcar para Moscou, Rússia, de
onde saem voos para Ulan Bator, a capital
mongol – e também uma das cidades
mais poluídas do mundo devido à queima
de carvão para aquecimento, o que
produz muita fumaça.
Uma vez em Ulan Bator, os brasileiros
pegaram outro voo, de mais duas horas,
para Olgii, cidade com cerca de 30 mil
habitantes, próxima da região de fronteira
entre China e Rússia e também não muito
longe do Cazaquistão, do qual herdou a
tradição da caça com águias douradas
(a região era de etnia cazaque antes da
independência da Mongólia). Para chegar
ao local do festival, foram mais 30 km em
estrada precária em veículo 4 x 4. Lá, o

PARIS-MOSCOU-ULAN BATOR


grupo se hospedou em um acampamento
yurt (ou ger) – acomodação em tenda
circular com estrutura de madeira e
coberta por tecidos no interior para
mantê-la suntuosa e aquecida.
Elias esclarece que o planejamento
para uma viagem assim é feito cerca de
seis meses antes. São necessários planilhas
e documentos para organizar contatos,
seguros saúde, passaportes, passagens,
vacinas, hospedagens e outros detalhes
importantes para que não ocorram
contratempos. “Quem quer participar desse
tipo de expedição deve ter em mente que
não irá para curtir férias tranquilas. Deve ser
um viajante com sede de conhecer a cultura
local, muito diferente da ocidental, estar
disposto a passar por situações extremas e
aproveitar para se aproximar dos nativos.
Esse conjunto é que vai refletir na qualidade
da fotografia”, explica ele.

Grupo de caçadores que
competem no Festival das
Águias Douradas em Olgii
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