Fotografe Melhor no 281 41
POR ANA LUÍSA VIEIRA
uem vê as fotografias do
escocês Simon Yeung
reluta em acreditar que
ele esteja há apenas
quatro anos no ramo: as imagens –
que retratam obras arquitetônicas
do presente e do passado – revelam
uma combinação de olhar apurado
e conhecimento técnico que muitos
demoram a encontrar. “Sempre gostei
de fotografia, mas passei a levar
mais a sério perto de 2015, quando
comprei minha primeira câmera
com sensor full frame e comecei a
retratar lugares abandonados”, conta.
À época, estava de passagem pela
França para visitar a irmã. Começou
a procurar points fora dos roteiros
mais comuns para clicar e acabou se
deparando com a linha ferroviária
desativada que percorre Paris.
Embarcou numa viagem sem volta.
De lá para cá, o tema tornou-se
central no portfólio do fotógrafo de
ascendência chinesa de 40 anos de
idade – para comprovar, basta uma
rápida passagem pela conta dele no
Instagram (@irnmonkey). As imagens
- que vão desde uma antiga casa de
banhos na Romênia até uma finada
usina elétrica na Hungria, passando
por igrejas centenárias nos Estados
Unidos – podem ser consideradas
um tanto lúgubres, mas, para Yeung,
constituem uma espécie de fuga da
realidade. “A parte mais especial de
registrar lugares abandonados é que
vejo coisas que a maioria das pessoas
nunca consegue ver ou experimentar.
Às vezes, parece que estou entrando
em outro mundo”, relata.
Registrar lugares abandonados é
mais que uma paixão para o fotógrafo
britânico Simon Yeung, é uma fuga da
realidade. Conheça a história dele
Q
Beleza no aba ndono
acaso
A série foi
iniciada na França
por acaso e hoje
reúne imagens
realizadas em
40 países
Ruínas de uma igreja na Itália:
uso de tripé e preocupação
com a composição equilibrada