Fotografe - Edição 281 (2020-02)

(Antfer) #1
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regiões mais boêmias da
cidade de São Paulo. Há alguns
anos, ele acompanha as festas
de Iemanjá em Praia Grande
(SP) e planeja juntar esse
material ao registro de outras
festas religiosas celebradas nas
águas, cujo título provisório é
Senhora das Águas.
O primeiro ensaio
documental dele foi feito no
metrô de Londres, Inglaterra.
Era 1984, ele havia acabado
de se formar e foi passar
um ano fora para aprender
inglês. Os ares londrinos
foram decisivos na escolha
da fotografia como caminho
profissional, pois permitiu a ele entrar em
contato com um circuito de galerias e
livros que existia de maneira ainda muito
incipiente no Brasil.


FATOR FINANCEIRO É CRUCIAL
Para José Bassit, a principal característica
da fotografia documental está na
oportunidade de se aprofundar no tema
escolhido, registrando um pouco da época
em que se vive. Mas liberdade de ação no
documentário fotográfico também cobra o
seu preço. “Com certeza, o fator financeiro é
o mais importante no trabalho documental,
pois raramente se tem patrocínio para
esse tipo de projeto. O trabalho comercial
foi o que bancou meus projetos pessoais.
Sendo assim, você está sempre no limite de
verbas”, constata ele, que atualmente faz
poucos trabalhos comerciais e se dedica a
dar aulas e a buscar a inserção de suas fotos
em galerias de arte.
Por causa da grande cumplicidade
com as pessoas que fotografa, Bassit conta
que nunca pediu autorização para uso de
imagem e que jamais teve problemas com
isso. “Mas fiz um grande trabalho sobre as
barbearias de São Paulo, entre 2003 e 2004,
e não peguei nenhuma autorização dos
barbeiros. Isso acabou atrapalhando na hora
de buscar a publicação de um livro, pois as
editoras para quem ofereci só aceitavam


Ao lado e abaixo,
mais fotos de
Imagens Fiéis:
projeto começou
com uma viagem a
Juazeiro do Norte
(CE) e demorou
cinco anos para
ser concluído

Fotos:

José Bassit
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