Fotografe - Edição 281 (2020-02)

(Antfer) #1

58 Fotografe Melhor no 281


de Jornalismo, em 2013. Em 2018, foi
selecionado pela revista ZUM, do Instituto
Moreira Salles, como um dos 10 livros de
fotografia mais relevantes sobre a cultura
afro-brasileira. O projeto se transformou
em um documentário de longa-metragem
em 2016, programado para ser finalizado
e lançado em 2020. A fotógrafa também
trabalha em uma segunda edição do livro,
que está esgotado.

A MOÇA DA LUZ
Mirian Fitchtner usa equipamento Nikon
e costuma planejar o que vai levar a campo
em função do tipo de trabalho que irá fazer.
Geralmente, procura usar o mínimo possível,
para ter agilidade. Gosta de ter à mão luz
artificial em externas, aproximando esse tipo
de cenário das características da fotografia

de estúdio. E, no caso específico do projeto
Cavalo de Santo, a luz artificial se fez
necessária, já que a maioria dos eventos nos
terreiros gaúchos são realizados à noite.
Mirian tinha à disposição duas cabeças
de flash da marca Lumedyne alimentadas
por baterias, além de lanternas e rebatedores.
Em muitos casos, usou o flash como luz de
preenchimento, deixando o Sol na contraluz.
“Gosto de trabalhar com assistente,
mas no caso do Cavalo de Santo era
um complicador, pois quanto menos
eu aparecesse, melhor. Procurava ser
uma energia invisível. Foi muito legal
a experiência de conviver com seres,
entidades e Orixás em uma outra
dimensão do mundo material. Eles
me tratavam carinhosamente como ‘a
moça da luz’, em uma alusão à luz do

Quem é ela
Mirian Fichtner nasceu em
Porto Alegre (RS) e se formou em
Jornalismo pela PUC/RS. Desde
1987 vive no Rio de Janeiro (RJ),
mas retorna com frequência ao
seu estado natal. Trabalhou como
fotógrafa em diversas publicações
e foi editora de fotografia da
revista Época de 2001 a 2005.
Fundou a Pluf Fotografias em
2006, empresa que atua nas
áreas editorial e corporativa. Faz
parte do coletivo carioca PictoRio.
Instagram: @mirianfichtner.

A fotógrafa
registrou
manifestações
da religiosidade
de matriz
africana até
dentro de um
mercado em
Porto Alegre

Mirian Fichtner usou
flashes e lanternas, por
isso ficou conhecida
como “a moça da luz”

Arquivo pessoal

Fotos:

Mirian Fichtner
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