Aero Magazine - Edição 309 (2020-02)

(Antfer) #1
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Se a Boeing Brasil



  • Commercial
    conseguir dobrar as
    vendas dos E-Jets,
    o lucro líquido da
    Embraer pode ficar
    maior do que era
    antes da fusão


na avenida Brigadeiro Faria
Lima, na capital de São Paulo.
Essa unidade de Eugênio de
Melo ficará sob o controle da
Boeing Brasil - Commercial,
dedicada à produção dos
jatos comerciais. Lá deverão
trabalhar cerca de quatro mil
funcionários.
Um dos desafios do pro-
cesso de cisão foi justamente a
“repartição” dos funcionários,
quase com metade para cada
unidade de negócio. Mais de
130 pessoas trabalharam no
processo de seleção dos times,
que procurou atender a desejos
e necessidades dos atuais
funcionários, ainda que nem
sempre isso tenha sido possível.
Sob controle da Embraer fi-
cará também a planta industrial
de Gavião Peixoto, no interior
de São Paulo, onde deverão ser
produzidos todos os aviões da
“nova Embraer”. Ali já funciona
a linha de montagem tanto dos

C-390 como dos Super Tucano.
Além disso, os brasileiros vão
manter o controle das unidades
de Sorocaba e Botucatu, no in-
terior paulista, e de Jacksonville
e Melbourne, na Flórida.

NOVOS PROJETOS
Alguns analistas e funcioná-
rios demonstram preocupa-
ção em relação à capacidade
da Embraer de desenvolver
novos projetos no curto prazo,
visto que muitos dos grandes
programas estão prontos, como
a família E-Jet E2, os Praetor
e o C-390. Porém, o fabrican-
te pode buscar soluções de
desenvolvimento dentro de
casa. Durante o Paris Air Show
de 2019, a Embraer lançou sua
primeira aeronave militar após
a venda da divisão comercial
para a Boeing: o P600 AEW,
um avião de alerta antecipado
e inteligência baseado na plata-
forma do Praetor 600.

Mesmo sendo um projeto
piloto, o modelo possui boas
perspectivas de mercado
graças a seu menor curso
na comparação com plata-
formas AEW&C (Airborne
Early Warning and Control)
maiores, assim como à sua
tecnologia embarcada. Com
sistemas mais compactos e
uso extensivo de inteligência
artificial, o P600 AEW poderá
oferecer capacidade próxima
a de aeronaves maiores, mas
com custos consideravelmente
menores.
A Embraer também aposta
no programa F-X2, que entrou
em fase avançada de desen-
volvimento do Gripen E, na
Suécia. Parte das aeronaves
será montada no Brasil, em
uma parceria entre a Saab e a
Embraer. Além disso, existe
a possibilidade de o governo
brasileiro formalizar uma ex-
pansão do contrato (que pode
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