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o longo de 2019,
a aviação de
negócios no Brasil
ainda sofreu com
fatores exter-
nos, sobretudo diante de um
movimento de acomodação
após a troca de comando no
país (pós-eleições nacionais),
mudanças na política econômi-
ca e tramitação e aprovação de
uma reforma da Previdência.
A ordem era apertar os cintos.
Assim, no balanço sobre as tran-
sações (“trading”) de aeronaves,
a frota brasileira teve uma re-
dução de 1% até junho de 2019,
segundo o Anuário Brasileiro de
Aviação Civil. Em contrapartida,
os proprietários e operadores de
aeronaves privativas, que têm na
aviação uma poderosa ferra-
menta de ganho de tempo, já
sinalizam com uma agenda bem
mais favorável para 2020.
VENTOS A FAVOR
O mercado dá sinais fortes de
uma retomada econômica nos
próximos bimestres, com mui-
tos indicativos positivos já neste
início de ano. A começar pela
balança comercial superavitá-
ria em 2019, o índice Bovespa
acima dos 115 mil pontos em
dezembro último, o aumento
no número de milionários no
Brasil – passando de 217 mil
em 2018 para 259 mil no fim do
ano –, a existência no país de
11 startups unicórnio (que con-
seguiram ser avaliadas em um
bilhão de dólares antes de abrir
seu capital em bolsas de valo-
res), projeção de crescimento
do PIB pelo Banco Central para
2020 de 2,2% e redução da taxa
Selic para 4,5%, menor nível
histórico.
Pode-se constatar, na práti-
ca, uma diminuição do capital
especulativo e redirecionamento
de investimentos para o setor
produtivo, impulsionando os
negócios em cadeia, com expan-
são de redes de lojas, atacado,
varejo, centros de distribui-
ção, lançamento de produtos,
ampliação de plantas industriais
e assim por diante. Em outras
palavras, a “roda volta a girar”
e setores âncora da economia,
como construção civil, indústria
automobilística e agronegó-
cios, encabeçam o crescimen-
to econômico. Vinte e duas
empresas, gigantes mundiais,
dentre as quais Scania, Toyo-
ta, General Motors, Huawei,
State Grid, Vale, Vivo, Grupo
Petrolífero Total, TIM, CPFL,
Klabin, Inpasa, Mercado Livre,
Suzano e Nestlé, têm previsão de
investimentos da ordem de 800
bilhões dólares no Brasil, alguns
iniciados em 2019, seguindo em
2020 até 2023.
Mas qual o impacto desses
indicativos para aviação de ne-
gócios? Otimismo... Depois de
um período com baixo volume
de transações, esses demons-
trativos de crescimento já têm