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AVIAÇÃO CIVIL
O TRANSPORTE
AÉREO BRASILEIRO
O retrato de uma indústria responsável pela
operação de mais de 20 mil aeronaves no país
POR | DÉCIO CORRÊA*, ESPECIAL PARA AERO MAGAZINE
É
inquestionável o
fato de que o siste-
ma de aviação civil
brasileiro atravessa
mais um período
de suas crises crônicas. Das
14 empresas de linhas aéreas
regionais que contávamos há
pouco mais de 10 anos, restou
apenas a Passaredo.
Nesse mesmo período, 11 dos
nossos fabricantes e montadores
de aeronaves leves encerraram
suas atividades, restando penas
quatro prestando serviços de ma-
nutenção para uma frota de quase
oito mil aeronaves fabricadas ou
montadas por essas empresas.
Destaque-se que estas aeronaves
compõem mais de um terço de
uma frota de 21 mil aeronaves da
nossa aviação geral.
O segmento de táxis-aéreos
também foi severamente atingido,
amargando o encerramento de
atividades de mais de uma cente-
na de empresas, reduzidas hoje a
pouco mais de 120 ativas. Apenas
como exemplo, entre outros, o
estado do Rio Grande do Sul, pra-
ticamente não tem mais ligações
de linhas aéreas regionais e tam-
bém esta restrito a uma “meia-
-dúzia” de taxis-aéreos, em sua
maioria transportando valores e
serviços aeromédicos.
A formação aeronáutica é um
dos segmentos em que o desco-
nhecimento das autoridades e a
falta de uma política voltada para
o setor é devastador. O número de
aeroclubes que vem encerrando
suas atividades impressiona e o
envelhecimento da frota de aero-
naves para a instrução prática faz
prever um futuro sombrio para a
formação de pilotos e mão de obra
especializada para o setor.
Na aviação geral de peque-
noporte– queincluia opera-
çãoe manutençãodeaviõese
helicópteros voltados para missões
de negócios, transportando carga
e passageiros – e na infraestrutura